Integra

Amigos:
Para aqueles que atuam no campo da gestão do lazer, não é incomum deparar-se com um paradoxo de grandes proporções: como um profissional do lazer não tem nem sábado ou domingo livres para usufruir de SEU lazer?
Direitos trabalhistas à parte, sempre me deixou, como dizemos no interior, encafifado, frente a uma situação dessas e, desde sempre, alertava aqueles alunos que desejavam atuar no campo do lazer que nós trabalhamos enquanto os demais descansam, seja em sábados, domingos, feriados ou mesmo em tempos de férias. Não foi incomum encontrar em vários lugares onde trabalhei, seja como colaborador direto ou em consultorias essa situação. Sei que não é um assunto fácil de tratar no campo da gestão de pessoas, especialmente no campo do lazer.
Lembro-me muito bem o dia em que deflagramos a primeira ação daquela que se tornaria uma das primeiras políticas públicas de lazer do Brasil, aqui na cidade de Sorocaba/SP, quando no dia 1º. de Maio de 1978 (UAU! Parece que foi ontem!) organizamos a 1ª. MINTRA (Manhã de Integração do Trabalhador). Na ocasião, além de responsável por criar um “Programa Lazer”, exercia a função de Chefe da Divisão de Recreação Infantil, coordenando todo sistema pré-escolar da cidade. Num ato quase heroico, toda rede de educação infantil da cidade e muitos voluntários (mais de 100 pessoas) transformaram a Praça Coronel Fernando Prestes num belo quintal. Foi nessa ocasião que lançamos, pela primeira vez, uma coleção de “Jogos Gigantes” (em outra ocasião poderei falar sobre eles).
A partir dessa data, por décadas, tive meus sábados, domingos e feriados ocupados nessas intervenções profissionais.
Foi na semana passada, também em pleno 1º. de Maio, depois do meu “début” há 36 anos e anos a fio, estive trabalhando num evento com a presença de mais de três mil pessoas no SESI Clube de Natal/RN dentro de um projeto denominado “Domingo Temático”. Nesse projeto, um por mês, através de negociação com sindicatos representativos dos mais distintos segmentos da indústria, é oferecido às famílias um dia de muito lazer.
Foi muito gratificante poder colaborar na gestão do lazer nesse evento com as “mãos na massa”, desde preparar a equipe que faria pesquisa de satisfação e impacto junto aos frequentadores, observar o fluxo das pessoas em relação às atrações, como lidar com o imprevisto de chuvas, isso sem contar o que representa servir alimentação gratuitamente nesses ambientes (para mim, sempre uma temeridade!)
(Re)aprendi muito nesse dia e certamente teremos muitos subsídios para, definitivamente, abrir aquele ambiente de lazer em finais de semana, feriados e férias escolares aos trabalhadores da indústria, seus familiares e comunidade em geral em data próxima.
Abraços.
Bramante
Em tempo: semana que vem volto a escrever sobre temas do presente-futuro no campo da gestão do lazer.

Por Bramante
em 5-05-2014, às 18:46

4 comentários. Deixe o seu.

Comentários

Bramante,

Há que haver muita competência e, principalmente, muito AMOR, verdadeira PAIXÃO pelo seu fazer.
Admiro-o e me espelho em sua conduta exemplar!

Por Roberto Pimentel
em 7-05-2014, às 7:42.

Caro Roberto
Uma vez mais agradeço as suas considerações e carinho, especialmente por ser um leitor assíduo daquilo que escrevo por aqui. Forte abraço.
Em tempo: vale a pena fazer alguma coisa na vida que não seja por AMOR e PAIXÃO?

Por Antonio Carlos Bramante
em 7-05-2014, às 10:23.

Caro prof. Bramante,

Sempre muito gratificante ler seus textos aqui. Cada experiência relatada me dá mais energia e, nesse momento, ela está num nível bem abaixo do aceitável…

A lembrança do Amor e Paixão feita pelo Roberto tbem me ajudou bastante!

Abs,
A

Por Alan Q Costa
em 9-05-2014, às 18:06.

Grato Alan pelos seus comentários.
De fato, não é incomum em nossos dias encontrar pessoas com o nível de “entrega”, que você chamou de “energia”, abaixo do necessário. Especialmente em nosso país e particularmente em nossa área, creio que conseguimos fazer da “limonada, um limão”.
Certamente nós não estaremos vivos para aproveitar uma nova “janela de oportunidade” que se abriu em nosso país nesta década para potencializar o esporte, como campo do conhecimento e intervenção como a que estamos vivendo. Parece que somos o inverso do “Rei Midas”! De qualquer maneira, ainda acredito nas ações pontuais e locais que possam transformar a realidade da comunidade através de seu pleno comprometimento.

Por Antonio Carlos Bramante
em 17-05-2014, às 23:46. 

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