Resumo

Os testes de KRAUS e WEBER foram aplicados para avaliar a força muscular mínima e a flexibilidade do tronco e da coxa em 1000 alunos de escolas estaduais do ensino de 1º grau de Porto Alegre. Este trabalho resultou em índices de fracasso considerados elevados pois, 57,7 % dos alunos de 1ª a 8ª série foram reprovados nos testes, sendo que 61,6 % cursam o currículo por atividades e 55,0 % cursam o currículo por áreas. Em linhas gerais, estes índices representam a capacidade física dos estudantes frente a uma variedade de aspectos que concorrem para torná-la críticos, entre os quais pode-se destacar: - o incremento de atividades desportivas que por suas características proporcionam maior interesse e motivação, em detrimento a um trabalho muscular mais efetivo que não propicia o desafio das competições e do jogo como recreação; - a ausência de um plano de trabalho organizado, ou programas adequados, que levam a atividades deficientes e inadequadas; - os locais e instalações deficientes impedem o desenvolvimento de um programa contínuo com conteúdos selecionados visando um equilíbrio entre as atividades físicas e as desportivas; - a ausência de material mínimo necessário ao desenvolvimento de atividades físicas e desportivas. No currículo por atividades acentuam-se ainda mais as deficiências físicas demonstradas pelos testes de KRAUS e WEBER, decorrentes dos seguintes fatores: - a própria orientação preconizada para o tipo de atividades a serem desenvolvidas nessa etapa escolar, que nem sempre alcança seus propósitos; - a prática da Educação Física nesse período é desenvolvida pelo professor unidocente, que tem a responsabilidade de outras disciplinas, não sendo portanto um especialista, decorrendo daí suas dificuldades em desenvolver um trabalho eficiente; - o despreparo do professor unidocente, ocasionado pela sua formação profissional e pela sua própria capacidade física, concorre para a não realização de um bom trabalho; - o maior interesse dos professores em vencer programas de outras disciplinas leva muitas vezes a não realização do número de aulas semanais previstas de Educação Física. No currículo por áreas, constatou-se que o índice de fracasso diminuiu progressivamente, pressupondo-se que a presença de um professor especialista determina maior regularidade no número de aulas e que sua formação e capacidade física sejam melhores, ocasionando assim uma organização mais adequada do trabalho. O índice de fracasso encontrado permitiu concluir que: - os resultados, nessa etapa, demostram que os alunos não apresentam um índice de capacidade muscular e de flexibilidade satisfatório, uma vez que houve mais de 50 % de reprovações; - a prática sistemática de atividades físicas contribui para a melhoria da capacidade muscular e da flexibilidade; - os programas organizados e desenvolvidos com os alunos de currículos por áreas não atendem com eficiência aos músculos de sustentação e de flexibilidade do tronco. Pelos trabalhos realizados em outros países pode-se perceber o valor dos testes de KRAUS e WEBER como instrumento de medida para avaliar grupos musculares necessários à sustentação do corpo. Sua utilização como testes de avaliação introdutórios é perfeitamente aceitável em relação às condições gerais das escolas brasileiras.

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