Resumo

Em 1996 a educação física, pela legislação deixa de ser atividade e passa a ser componente curricular da educação básica, necessitando assim da seleção e organização do conhecimento específico desta área, nos anos de escolarização. Quanto ao trato com este conhecimento na prática pedagógica em escolas da rede pública de ensino, sentimos dificuldades pela ausência de um documento que apresentasse esta seleção e organização deste conhecimento. Assim, a partir de reflexões relacionadas ao currículo da Educação Física na escola básica, perguntamos: como se dá a construção curricular da Educação Física na Rede Estadual de Ensino de Pernambuco? Nosso objetivo foi analisar processo e produto da construção curricular da Educação Física para a Rede Estadual de Ensino de Pernambuco. Metodologicamente se constituiu como uma pesquisa de cunho qualitativo tendo a hermenêutica dialética como corrente filosófica para a leitura e interpretação dos textos estudados. Para a coleta dos dados no trabalho de campo, utilizamos a entrevista semi estruturada e o estudo documental. A análise de conteúdo categorial por temática foi utilizada como procedimento analítico dos dados encontrados. Como resultado, apresentamos uma análise da literatura sobre currículo e formação continuada, uma análise documental das produções referentes ao objeto de estudo, construído no processo da formação continuada dos professores da Rede Estadual de Ensino de Pernambuco, e ainda, a análise das entrevistas realizadas com onze participantes da construção curricular deste Estado. A literatura e os documentos apontam para uma perspectiva crítica do currículo, superando a visão positivista, um currículo numa visão interativa práxica, construído numa relação entre teoria e prática e com a participação de vários atores sociais. Aponta a formação continuada numa perspectiva de continuidade, como necessidade do ser humano, como melhoria da qualidade da educação e numa visão crítica-reflexiva. As entrevistas revelam o currículo como à vida na escola, como dinâmica curricular, como algo refletido cotidianamente a partir da participação efetiva do professor na construção curricular e ainda uma formação continuada de caráter contínuo e numa visão humanizante, a partir de uma política educacional voltada para o humano e a melhoria da qualidade de ensino, fazendo parceria com a universidade para a produção do conhecimento na e para a escola.   
 

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