A Copa do Mundo de 2010 na áfrica do Sul: Um Espetáculo Continental?

Parte de Os Impactos da Copa do Mundo 2014 e das Olimpíadas 2016 . páginas 523 - 538

Resumo

Introdução

A imagem icônica do ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela, segurando o troféu da Copa do Mundo da FIFA está gravada na memória coletiva dos amantes de futebol sul-africanos e demais cidadãos pelo mundo. A foto foi tirada na sede da FIFA, com vista para cidade de Zurique, em 15 de maio de 2004. O sorriso de Mandela, que é facilmente reconhecido, brilhou pela televisão e imprensa assim que a FIFA declarou a África do Sul como sede da Copa do Mundo de 2010.3 O anfi trião africano confi rmou o maior evento após a controvérsia e contestada decisão de conceder à Alemanha o direito de receber a Copa em 2006. Apesar de a África do Sul ser favorita para receber a Copa, não havia certeza. A concessão do evento de 2010 à África do Sul chega tardia ao devido reconhecimento da contribuição da África aos jogos do mundo. Esse reconhecimento representa a afi rmação de que um anfi - trião africano poderia receber o maior evento esportivo global e, por mais que tenha sido sul-africano, organizadores locais e a FIFA promoveram a natureza continental africana do evento. Também refl ete a decisão da FIFA de levar a Copa do Mundo para territórios inexplorados além da África do Sul em 2010, a Rússia em 2018 e o Qatar em 2022, com a pauta garantida por países sede, que representam lucro direto à FIFA. Meu argumento é que a Copa do Mundo de 2010 foi apelidada de a Copa do Mundo Africana da FIFA, onde organizadores locais, a imprensa local e global dominante, formaram um evento representado pela elite, onde uma fatia fi na da África do Sul e estrangeiros ricos puderam desfrutar o espetáculo da primeira Copa do Mundo africana da FIFA em solo sul-africano nos estádios, enquanto fãs pobres tiveram que se conter com os parques construídos para os fãs e locais públicos de transmissão. Em outras palavras, a FIFA e os organizadores locais produziram um evento de primeira classe em que consumidores locais e internacionais desfrutaram do espetáculo futebolístico desconectado das realidades e contradições de uma África do Sul pós-Apartheid.  

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