Resumo

No decorrer do desenvolvimento histórico dos estabelecimentos de ensino na modernidade, inúmeros dispositivos disciplinares foram criados para que seu funcionamento ocorresse satisfatoriamente. No final do século XIX, um dispositivo em especial foi elaborado com o intuito de corresponder a tal intento: o currículo. Hodiernamente, principalmente na universidade moderna, a educação vem sendo compreendida como uma reprodução técnica, tendo no currículo seu principal aporte. Considerando a natureza do fazer artístico, que implica necessariamente num questionamento constante da realidade e na contestação incessante das experiências e vivências humanas de uma determinada sociedade e época, é possível supor que o problema da modernidade se apresente com maior gravidade no campo da arte. Desse modo, baseado principalmente na perspectiva pós-estruturalista de estudos do currículo, este trabalho analisa o currículo do curso de bacharelado em dança da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Buscou-se fazer um resgate do processo de criação do curso, analisando as rupturas e acomodações verificadas por esse currículo, ao longo de sua história, em relação ao lógos curricular moderno dominante. O estudo oferece subsídios para se pensar o ensino superior como espaço de negociação de poder e espaço público vital para o desenvolvimento do pensamento.

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