Resumo

Nos últimos anos ficou nítida a preocupação da sociedade brasileira, com
as Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais (PPNE), portadores estes
que apresentam algum tipo de deficiência, seja ela física, mental, auditiva,
visual, múltiplas ou até mesmo algum transtorno mental ou doença psíquica.
Para STOER (2004) a pessoa com algum tipo de deficiência é reconhecida
como autônoma, com direitos constitucionais, cuja sua cidadania é
inviolável. Porém para muitos isto ainda não é claro, fazendo com que
essas pessoas sejam excluídas da sociedade. Este trabalho visa identificar a
expectativa em relação ao trabalho com PPNE, dos alunos do curso de
graduação em Educação Física da Universidade Gama Filho. Para tal foram
entrevistados 82 alunos que estão cursando a disciplina Metodologia do
Ensino III, que no referido currículo, trata dessa temática em questão. Para
análise das respostas foi utilizada a técnica de análise de conteúdo
(BARDIN,1977). Como resultado pudemos identificar que apesar da maioria
dos alunos relatar que não tem contato com PPNE, os mesmos apresentam
um grande interesse em trabalhar nesta área. Entretanto, os mesmos
apontaram diversas dificuldades que imaginam encontrar na sua prática
pedagógica atuando com este público específico. As principais preocupações
apresentadas foram: a) a dificuldade em saber lidar com as diferentes
deficiências (43, 90%); b) a dificuldade em adaptar as atividades para estes
alunos e outras aspectos didáticos intervenientes da prática pedagógica
(34,15%); c) a falta de recursos materiais para a realização do trabalho
(14,63%); d) os preconceitos com relação às diferentes deficiências e o
trabalho com elas (13, 41%); e) a falta de conhecimento sobre os aspectos
caracterizadores de cada tipo de deficiência (9,76%). Podemos perceber
que as suas maiores preocupações estão relacionadas ao desenvolvimento
do trabalho de forma satisfatória, buscando a melhor adequação dos
objetivos e da metodologia de ensino para esse grupo específico.
Interessante também foi observar que os alunos focaram seu olhar mais
para a pessoa do que propriamente para a deficiência que ele possui, o que
pode indicar uma possível mudança na forma de tratamento de que essas
pessoas precisam e estão acostumadas.

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