Resumo

Objetivo:
O objetivo do presente estudo foi verificar se o desempenho e as respostas autonômicas cardiovasculares induzidas pelo exercício físico são dependentes da integridade dos barorreceptores arteriais.

Métodos:
Foram utilizados ratos Wistar (250-350g) e os procedimentos experimentais foram aprovados pelo comitê de ética em experimentação animal da UFMG (protocolo 178/10). Os animais foram submetidos à desnervação sino-aórtica (DSA; n=6) ou cirurgia fictícia como controle (CON; n=6). Cada rato foi submetido ao exercício em esteira rolante (18m/min) em ambiente termoneutro (25°C) e no calor (35°C) até a fadiga. A pressão arterial pulsátil foi medida por meio de um cateter implantado na aorta e a temperatura interna por meio de telemetria. A análise espectral da variabilidade da pressão arterial e da freqüência cardíaca foi realizada pelo método de transformação rápida de Fourrier.

Resultados:
O tempo de exercício até a fadiga foi menor nos animais DSA quando comparados aos ratos controles tanto em ambiente termoneutro (23 ± 1 min DSA 25 vs 53 ± 12 min CON 25;p<0,05) quanto no calor (14 ± 1 min DSA 35 vs 25 ± 2 min CON 35;p<0,001). Durante o exercício o componente de baixa frequência variabilidade da pressão arterial sistólica foi maior nos ratos DSA (termoneutro: 5,10 ± 0,92 mmHg2 DSA 25 25 vs. 1,87 ± 0,27 mmHg2 CON 25; p<0,01; calor: 7,63 ± 1,02 mmHg2 DSA 35 vs. 6,07 ± 0,67 mmHg2 SHAM 35; p<0,05)

Conclusão:
A fadiga e a modulação autonômica cardiovascular induzida pelo exercício físico são dependentes das aferências provenientes dos barorreceptores arteriais.