Resumo

Na visão de um administrador ou gestor desportivo, o mundo é entrevisto pelo prisma dos negócios, dado que, para ele, no mundo todo, as pessoas não passam de agentes económicos, compradores ou vendedores, encontrando-se o desporto, inserido em pleno sistema capitalista e, com efeito, o atleta de altos rendimentos, no dualismo senhor-servo, objectualizado. Na exigência de se salientar e apontar possibilidades, este breve ensaio indica um novo tempo, um novo mundo, uma história nova, na qual o futebol é mais do que futebol e o desporto é mais do que desporto, integrando-se na construção de uma humanidade diferente, de uma globalização alternativa, de uma competição-diálogo, no lugar da competição hostil. Isto exige um novo treino desportivo, não apenas “tático”, mas “antropológico e tático”. Na Ciência da Motricidade Humana, pela transcendência, o ser humano não é um ser resignado, fatalista, ele define-se, acima do mais, pelo seu futuro, pelos seus possíveis.

Referências

DUSSEL, E Ética de la liberación en la edad de la globalización y de la exclusión. Madrid: Trotta, 1998.

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HUIZINGA, J. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 8. ed. São Paulo: Perspectiva, 2014.

LÉVINAS, E. Éthique comme philosophie première. Paris: Payot & Rivages, 1998.

SÉRGIO, M. Para um desporto do futuro. Porto: Edições Afrontamento, 2017.

SÉRGIO, M. Algumas teses sobre o desporto. 3. ed. rev. Lisboa: Compendium, 2007.

SÉRGIO, M. Para um novo paradigma do saber e... do ser. Coimbra: Ariadne Editora, 2005.

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