Resumo

Os tempos atuais são caracterizados pelo convívio conturbado entre civilização e barbárie. A força imperativa das leis biológicas que regularam a emergência do humano como espécie acabada ain-da subsiste sem rédeas culturais que a controlem. Já os nossos “pais” gregos tinham vislumbrado que a evolução técnica e a capacidade de dominar a natureza não eram suficientes para o homem viver em paz. A arte política, ou seja a capacidade de viver em comunidade respeitando os supe-riores interesses da polis na procura da máxima realização individual, só poderia ser conseguida através da educação. Só a educação poderá aumentar o campo de civilização ganhando espaço à barbárie que ainda subsiste em focos infeciosos que enfraquecem a sociedade como um todo. A educação afasta as nuvens do desconhecimento, atenua a força dos dogmas religiosos e cria um ambiente cultural que permite a emergência da razão crítica que liberta o homem dos seus medos e incongruências. Esta aventura de transmissão dos saberes, livres das teias dos dogmas, come-çou na Grécia Antiga e teve nos filósofos e pedagogos os seus exímios condutores. Parte da edu-cação do jovem grego era ministrada pelo pedagogo, não raras vezes, escravo de outras cidades gregas cooptado pela força das armas nas várias pugnas que caracterizavam o viver pan-helénico. Assim a formação de mestres e doutores na conjuntura atual reedita os passos da construção da Paideia em que o pedagogo/ escravo, iluminado pela luz libertadora dos filósofos, detonava nos jovens o gosto pelo conhecimento e a procura de um sentido para a vida.

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