Resumo

O judô nasceu no Japão em 1882, transformando-se em desporto olímpico em 1964, sendo hoje um dos esportes mais praticados no mundo. No Brasil, a introdução dessa modalidade, ocorreu no início do século XX, em decorrência da imigração japonesa. Dessa maneira, historicamente, a formação de treinadores de judô desenvolveu-se no país por meio de um modelo artesanal, caracterizado pela relação mestre/discípulo. Entretanto, as exigências atuais e a complexidade do esporte moderno fazem com que a preparação desportiva seja cada vez mais pautada nos pressupostos científicos, sendo o treinador desportivo a figura central desse processo, responsável por comandar, coordenar e estruturar suas demandas, com o intuito de atingir os objetivos pretendidos. Dentre as concepções da ciência desportiva, merecem destaque as que se referem aos modelos de estruturação e periodização do treinamento, pois essas premissas constituem a base para o planejamento, confecção e controle das variáveis que compõem o treinamento desportivo. Desse modo, o objetivo do presente estudo foi investigar, através de estudos de casos múltiplos e usando como base referencial os modelos de periodização do treinamento desportivo como técnicos de judô, que atuam com atletas de alto rendimento, planejam e organizam o processo de preparação esportiva, entendendo qual a relação entre a formação empírica (artesanal) e/ou científica (profissional) no processo de escolha ou construção do modelo de treino utilizado. Os dados foram coletados, usando-se uma entrevista, composta de duas partes: uma fase de identificação e uma entrevista semiestruturada, com perguntas relacionadas ao modelo de periodização utilizado. A amostra foi composta de 8 técnicos jovens (entre 32 e 42 anos), com resultados expressivos e formação profissional em Educação Física, 6 dos quais são pós-graduados. Todos utilizam um modelo de treinamento pautado em princípios...

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