Resumo

Na sociedade imagética e tecnológica dos anos 2000, a espetacularização da realidade capitaneada pela mídia, notadamente a mídia televisiva, transforma pessoas em personagens e personagens em mitos. Para Belloni (2001), apud Nei Jorge dos Santos Júnior, a mídia distribui imagens e linguagens, construindo sistematicamente o imaginário de muitos jovens, por oferecer significações através de mitos, símbolos e representações, estereotipando valores, normas e modelos de comportamento. Com o advento da televisão, o espetáculo esportivo, que antes acontecia apenas para o deleite das arquibancadas, foi globalizado. A televisão multiplicou a platéia de milhares para criar a audiência e o mercado de milhões. Ao transmitir eventos que, por sua própria característica intrínseca, lida com atitudes que envolvem competição, trabalho em equipe, cooperação e principalmente superação, a mídia televisiva transforma a realidade em ficção. Uma ficção recheada de heróis que se configuram como exemplos a serem seguidos e copiados. Os espetáculos esportivos estão cada vez mais elaborados, cada vez mais espetaculares e, ao mesmo tempo, mais ajustados ao formato exigido pela mídia. Modificou-se tudo que foi necessário para seu novo formato, desde o ideal até as regras. Uma nova equação foi produzida: espetáculo esportivo mais mídia é igual a lucros milionários (PILATTI; VLASTUIN, 2004). A pesquisa busca compreender que tratamento é dado na mídia televisual aos eventos esportivos, resultando na formação e disseminação da visão do esporte que é passada atualmente para a sociedade: o esporte como espetáculo, insinuador da possibilidade de ascensão socioeconômica, como mercadoria e item de consumo. As estratégias de marketing e de comunicação envolvendo o esporte podem ser consideradas as maiores responsáveis pela cifras milionárias que hoje envolvem os eventos esportivos.