Resumo

Este estudo tem como objetivo estabelecer a influência de diferentes níveis de atividade física (sedentário, ativo e atleta) e sexo (masculino e feminino) sobre a aptidão aeróbia e anaeróbia de crianças pré-púberes da cidade de Curitiba/Pr. A amostra foi constituída por 95 crianças entre 7 e 9 anos, divididas em quatro grupos: Sedentário, Ativo, Iniciação Esportiva e Treinamento Competitivo. Foram mensurados o IMC, Percentual de Gordura através da fórmula de Slaughter (1988), frações do nível de atividade física habitual, VO2máx através do protocolo de Balke com análise direta dos gases, Potência e Resistência Anaeróbia através do teste de Wingate e para assegurar que todas as crianças eram pré-púberes utilizou-se a auto-avaliação da maturação sexual segundo a classificação de Tanner para pêlos pubianos. Análise de Variância (two-way) foram calculadas nas variáveis independentes e Correlação de Pearson entre as variáveis dependentes (p<0,05). Os resultados não indicaram diferenças significativas entre os sexos para o NAFH - (41,20 + 4,43 para meninos e 40,45 + 7,26 para meninas). Os meninos obtiveram melhores médias de Potência Aeróbia (50,68 + 9,81 vs. 45,43 + 7,03), Potência Anaeróbia (8,03 + 1,04 vs. 7,17 + 1,02) e Resistência Anaeróbia (6,48 + 0,96 vs. 5,64 + 1,02) do que as meninas que, em contrapartida, apresentaram maiores níveis de adiposidade (17,94 + 5,92 vs. 14,66 + 4,51). O NAFH do grupo Sedentário (36,22 + 1,81) foi significativamente inferior aos demais grupos (42,21 + 9,67 Treinamento Esportivo; 42,24 + 3,69 Iniciação Esportiva e 42,63 + 2,86 Ativo) os quais não se diferenciaram entre si. A quantidade de Atividade Vigorosa realizada pelo grupo Treinamento Competitivo (13,12 + 18,58) foi superior aos grupos Ativo (2,92 + 6,74) e Sedentário (3,75 + 9,81). As demais frações no NAFH apresentaram diferença significativa comparando o grupo Sedentário com os demais, que não diferiram entre si. O grupo Treinamento Competitivo apresentou valores de Potência Aeróbia (53,16 + 9,34) superiores aos grupos Ativo (45,46 + 7,50) e Sedentário (44,63 + 9,52) e similar ao Iniciação Esportiva (48,90 + 6,54). A Potência Anaeróbia Relativa obtida pelo grupo Sedentário (7,24 + 0,84) foi inferior apenas quando comparada ao grupo Treinamento Competitivo (9,10 + 1,03). A Resistência Anaeróbia Relativa foi superior para o grupo Treinamento Competitivo (6,98 + 0,69) comparado com os demais (5,78+0,86 Sedentário; 5,90 + 0,90 Ativo e 5,55 + 1,22 Iniciação Esportiva), que não se diferenciaram entre si. As correlações de Pearson não apresentaram significância entre o NAFH e as variáveis de aptidão para os sexos. O NAFH somente apresentou correlação significativa (r=0,49) com a Resistência Anaeróbia Absoluta para o grupo Treinamento Competitivo (p<0,05), para os demais não obteve-se nenhuma significância entre o NAFH e as variáveis de aptidão. A Atividade Vigorosa foi a única a apresentar correlação com as variáveis de aptidão física, as demais frações do NAFH apenas correlacionaram-se entre si. Concluiu-se que o NAFH exerce pouca ou nenhuma influência sobre a aptidão aeróbia e anaeróbia de crianças pré-puberes, entretanto o grupo Treinamento Competitivo se sobressaiu, principalmente na variável Resistência Anaeróbia Relativa, obtendo valores superiores aos demais grupos. 

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