Resumo

Embora os seres humanos pareçam ser especialistas na corrida de resistência, a marcha em postura de retropé, em que o contato do calcanhar ocorre no início de um passo, parece incompatível com uma corrida econômica. Neste estudo, testou-se a hipótese de que a marcha em retropé, reduz o custo energético de transporte (COT) durante a caminhada em seres humanos. Quando seres humanos caminharam com os calcanhares ligeiramente elevados efetuando o contato com antepé o COT apresentou-se 53% acima que a caminhada em retropé. Em contrapartida, não houve diferença no COT, quando os indivíduos correram em antepé comparado à corrida em retropé. A frequencia da passada aumentou e o comprimento diminuiu quando os sujeitos trocaram para a caminhada em antepé, no entanto, essa mudança não influenciou o COT. Além disso, verificou-se que eventuais reduções na estabilidade postural, não parecem ter causado o elevado custo da marcha em antepé. Portanto, esta forma de andar, (1) aumentou o trabalho mecânico externo realizado pelos membros, (2) reduziu a troca pendular da energia cinética e potencial do centro de massa, (3) aumentou a média da força de reação do solo no momento de força do tornozelo, e (4) aumentou o recrutamento dos principais músculos extensores do tornozelo, joelho, quadril e costas. Estas observações sugerem que a marcha em retropé, é mais economica. Relativo a outros mamíferos, os seres hum anos são caminhantes econômicos, mas não são corredores econômicos. Dadas as grandes distâncias impostas aos caçadores-coletores, não é surpreendente que o homem manteve uma postura de pé, herdados de nossos antepassados mais arbóreos, o que facilita uma caminhada mais econômica. (Trad. Vitor Tessutti)

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