Resumo

O propósito do presente estudo foi verificar a influência da manipulação de carboidratos, numa dieta isocalórica sobre as respostas na curva de lactato, no consumo de oxigênio (VO2), na freqüência cardíaca (FC) e as implicações destas respostas no diagnóstico da performance para indivíduos não treinados. Para tanto, 10 sujeitos do sexo masculino, com idade de 20,70 ± 3,71 anos, peso corporal 69,03 ± 6,95 kg, estatura 173,55 ± 6,19 cm e percentual de gordura 10,59 ± 4,22, foram submetidos, em 2 semanas consecutivas, a um teste progressivo máximo, precedido por dois dias de controle de dieta. Na primeira semana, 5 sujeitos consumiram uma dieta normal, enquanto outros 5 consumiram uma dieta hiperglicídica. Na semana seguinte, com um intervalo mínimo de 5 dias, repetiu-se o protocolo da primeira semana, com inversão das dietas. Durante os testes progressivos, foram monitoradas as variáveis lactato sangüíneo (LS), VO2 e FC. A análise dos resultados não evidenciou diferenças estatisticamente significativas (p < 0,05) para as variáveis LS e VO2, entre as dietas, tanto em repouso, como para qualquer uma das intensidades do teste progressivo. Para a variável FC, observou-se uma diferença estatisticamente significativa, para o último estágio do teste progressivo, atingido por 6 dos 10 sujeitos, fato que, no entanto, não se demonstrou importante para o diagnóstico da performance, uma vez que, entre os valores máximos de FC (192,1 ± 6,47 bpm para a dieta hiperglicídica e 197,3 ± 6,36 bpm para a dieta normal; p < 0,05), não houve diferenças significativas. Os resultados do presente estudo permitem-nos concluir que 2 dias de manipulação de carboidratos numa dieta isocalórica não produziram nenhum efeito diferencial no diagnóstico da performance, representado pelas variáveis LS, VO2 e FC para os indivíduos analisados neste estudo. PALAVRAS-CHAVE: Limiar anaeróbio, performance, endurance.