Resumo

O treinamento resistido (TR) pode promover diversos benefícios para a população idosa, sobretudo o aumento de força e massa muscular esquelética (MME), porém, o programa ideal para essa população ainda é investigado. A manipulação da ordem de execução é uma das opções no que se refere aos ajustes das variáveis de treino e essa pode produzir mudanças na carga e no volume de treino. Contudo não se sabe se tal diferença influencia nos ganhos de força e MME de mulheres idosas. OBJETIVO: Analisar o efeito da manipulação da ordem de exercícios no TR sobre a carga e o volume semanal e verificar a influência dessas nos ganhos de força e MME de mulheres idosas. MÉTODOS: Vinte e nove mulheres idosas (≥60 anos) foram aleatorizadas em grupo treinamento dos grandes para os pequenos (GGP) e dos pequenos para os grandes (GPG) grupos musculares, ao qual foram submetidas a um programa de TR por 12 semanas (3 vezes/semana, 8 exercícios, 3 séries de 10-15 RM). A carga semanal foi determinada pelo somatório das cargas dos oito exercícios (séries x carga) e o volume semanal foi produto desse valor pelas repetições. Testes de 1RM foram aplicados nos exercícios supino vertical, cadeira extensora e rosca scott e a somatória dos seus resultados caracterizaram a força muscular total. Os valores de massa isenta de gordura e osso foram estimados a partir da DEXA e a MME a partir de equação específica. Para as comparações dos valores descritivos entre grupos foi utilizado teste-t independente, para comparações do volume semanal e da carga entre grupos durantes as semanas foi utilizado ANOVA two-way e para as correlações foi utilizado o teste de Pearson. RESULTADOS: Os grupos eram semelhantes em todas as características no início do programa (P > 0,05), o volume semanal de treino se diferiu entre grupos a partir da 4ª até a 12ª semana tendo maior volume no grupo GGP, assim como a carga semanal da última semana (GGP: 2329,0 ± 351,1 kg; GPG: 2036,8 ± 300,4 kg; P < 0,05). Ambos os grupos ganharam significativamente força e MME (total e decomposições) (Δ%MME total = GGP: 6,8 ± 4,7%; GPG: 5,5 ± 3,8%), porém não apresentaram diferenças entre eles e os ganhos não se correlacionam com a carga e o volume. CONCLUSÃO: Doze semanas de TR promove ganhos significativos de força e MME em mulheres idosas e a manipulação da ordem de execução produz diferenças no volume e na carga semanal de treino, porém essas diferenças não determinam que os ganhos apresentem magnitudes diferentes.