Resumo

Este trabalho tem o objetivo de identificar o papel da expansão da lógica de mercado e da adoção de um modelo empresarial na condução de um processo de desinstitucionalização do campo do futebol no Brasil. Para tanto, foi utilizada como marco teórico a teoria institucional, os conceitos de racionalidade intrumental e substantiva, e a transformação do esporte em negócio. O procedimento metodológico está fundamentado numa abordagem qualitativa dos dados primários e secundários coletados. O trabalho conclui que em razão da alteração da lógica de ação, de substantiva para de mercado , o conjunto das ações e das características das entidades futebolísticas brasileiras incorporaram elementos comuns ao universo empresarial. As relações centram-se na impessoalidade; criam-se e são desenvolvidas estratégias de controle que assegurem o alcance dos objetivos, assim como ações mercantis modernizantes; e a gestão considerada legitimada é aquela que se dá sob os moldes empresariais, e não mais no amadorismo. A alteração de normas e valores institucionais, e as mudanças nas interações entre os parceiros nesse campo contribuem para a erosão e a dissipação de normas e práticas institucionalizadas, implicando numa nova legitimidade, a dos negócios . Tal cenário, porém, enfrenta a resistência de agentes tradicionais como os dirigentes cartolas , torcedores e elementos de tradição dos clubes que, somados, acredita-se, constituem-se motivos ou razões para uma possível reinstitucionalização ainda não ocorrer

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