Resumo

A cada dia, as repercussões do bullying aumentam em nossa sociedade. Ao mesmo caminho em que são publicados diversos livros e artigos do gênero, intensificam-se os casos e sua gravidade em ambiente escolar. Para dialogar com essa complexa trama, o objetivo desse artigo é o verificar como o professor de Educação Física Escolar se comporta diante do preconceito em suas aulas. Assim, aplicamos um estudo etnográfico com diário de campo e questionário semi-estruturado em 4 escolas particulares do Rio de Janeiro. Os resultados acusam que 100% afirmam saber o que bullying e que 70% repreenderiam esta atitude em suas aulas. Por considerações finais, verificamos que a conduta prática difere dos relatos e que o docente naturaliza o preconceito, maximizando seus efeitos negativos.

Referências

ABRAPIA – Associação Brasileira de Proteção à Infância e à Adolescência. Programa de redução do comportamento agressivo entre estudantes. Rio de Janeiro, 2006. Disponível em: . Acesso em: 19/04/2013.

ABREU, M. Contemporaneidade social da temática bullying. In: PERFEITO, R. A Educação Física e o Bullying: a desutilização da inteligência. Rio de Janeiro: Livre Expressão, 2011.

BALDWIN, D; DAUGHERTY, S; ECKENFELS, E. Student perceptions of mistreatment and harassment during medical school - a survey of ten united states schools. West J Med 1991 Aug: 155:140-145.

BARRETO, M. Violência, saúde e trabalho: uma jornada de humilhações. São Paulo: EDUC, 2003.

BUTLER, J. Problemas de gênero e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 2003.

FANTE, C. Fenômeno bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz. 2. ed. Campinas: Verus editora, 2005.

G1, O globo. Atirador entra em escola em Realengo, mata alunos e se suicida. Globo.com. Abril, 2011. Disponível em: . Acesso em: 08/05/2013.

GOELLNER, S. Gênero, Educação Física e esportes. In: VOTRE, S. (Org.). Imaginário e representações sociais em Educação Física, esporte e lazer. Rio de Janeiro: UGF, 2001, p. 215-227.

GOELLNER, S. Gênero. In: GONZÁLEZ, J; FENSTERSEIFER, P. (Orgs.). Dicionário crítico de Educação Física. Ijuí: Unijuí, 2005, p. 207-209.

GOFFMAN, E. Stigma: notes on the management of spoiled identity. Englewood Cliffs, Prentice-Hall, 1963.

GROSSI, M; UZIEL, A; MELLO, L. Conjugalidades, parentalidades e identidades lésbicas, gays e travestis. Rio de Janeiro: Garamond, 2007.

HARDING, D; FOX, C; MEHTA, J. Studying rare events through qualitative case studies: Lessons from a study of rampage school shootings. Sociological Methods & Research, 31(2), 174-217, 2002.

HIRIGOYEN, M. Mal-Estar no Trabalho: redefinindo o assédio moral. 2. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil; 2005.

LARKIN, R. Comprehending Columbine. Philadelphia, PA: Temple University Press, 2007.

LASERRA, R. A turma B: jovens contra o bullying. 2. ed. Porto Alegre: Alcance, 2010.

LIMA, M; ZAKABI, R. O horror fora da tela. Veja, n. 623, novembro de 1999. Disponível em: < http://veja.abril.com.br/101199/p_038.html>. Acesso em: 02/05/2013.

LOPES NETO, A. Bullying: comportamento agressivo entre estudantes. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Pediatria, v. 8, n. 5, p. 164-172, 2005.

LOURO, G. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista. Petrópolis: Vozes, 1997.

LOURO, G. Um corpo estranho: ensaios sobre sexualidade e teoria queer. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.

LUTGEN, P; TRACY, S; ALBERTS, J. Burned by bullying in the american workplace: prevalence, perception, degree and impact. Journal of Management Studies, 44:6 September 2007, 0022-2380.

MAIDA, A; HERSKOVIC, M; PEREIRA, S; SALINAS, L; ESQUIVEL, C. Percepción de conductas abusivas em Estudiantes de medicina. Rev Med Chil. Santiago, v. 134, n. 12, dic. 2006.

MALDONADO, M. Bullying e cyberbullying: o que fazemos com o que fazem conosco? São Paulo: Moderna, 2011.

MARQUES, R. Virginia Tech: anatomia de um massacre à luz da ética da virtude. Interacções, 5, 72-81, 2007.

MEYER, D; SOARES, R. Corpo, gênero e sexualidade nas práticas escolares: um início de reflexão. In.: MEYER, D; SOARES, R. Corpo, gênero e sexualidade. Porto Alegre: Mediação, 2004. p. 5-16.

MUSCHERT, G. Research in school shooting. Sociology Compass, 1: 60-80. 10.1111, j.1751-9020, 00008.x, 2007.

OLIVEIRA, F; VOTRE, S. Bullying nas aulas de Educação Física. Movimento, Porto Alegre, v.12, n. 02, p. 173-197, 2006.

OLWEUS, D. Bully: victim problems in school: basic facts and an effective intervention programme. In: Einarsen, S; Hoel, H; Zapf, D; Cooper, C. Bullying and emotional abuse in the workplace: international perspectives in research and practice. Londres: Taylor & Francis; 2003. p. 62-78.

PERFEITO, R. A Educação Física e o bullying: a desutilização da inteligência. Rio de Janeiro: Livre Expressão, 2011.

PERFEITO, R. Ambientes escolares e sociais moldados pelo cyberbullying e suas consequências perante crianças e adolescentes. Adolesc. Saúde, Rio de Janeiro, v.9, n. 1, p. 59-63, Jan/Mar 2012.

PERFEITO, R. Jogos cooperativos contra o bullying: uma possível ferramenta para o combate da violência. Rio de Janeiro: CBJE, 2013.

PERSHING, J. Men and women’s experiences with hazing in a male-dominated elite miltary institution. Men Masc., 2006.

RAMAGE, S. Why? After a heartbreaking tragedy at Virginia Tech, some experts offer answers. The Sunday Paper, p. 1-4. Retrieved December 01, 2008, Disponível em: < http://www.sundaypaper.com/More/Archives/tabid/98/articleType/ArticleView/articleId/2/Why.aspx>. Acesso em: 02/05/2013.

SCHUSTER, B. Rejection, exclusion, and harassment at work and in schools. An integration of results from research on mobbing, bullying, and peer rejection. Eur Psychol, 1996.

SILVA, A. Mentes perigosas nas escolas: bullying. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010.

SILVA, C; VOTRE, S. (Org). Etnometodologias. Rio de Janeiro: HP Comunicação, 2012.

SILVER, H; GLIKEN, A. Medical student abuse: incidence, severity and significance. JAMA, 1990 Jan 26;263(4):527-32.

VALLE, N. Pelos caminhos da educação: bullying, cyberbullying e dependências. Rio de Janeiro: Novo Ser, 2011.

VIEIRA, T; MENDES, F; GUIMARAES, L. De columbine à virgínia tech: reflexões com base empírica sobre um fenômeno em expansão. Psicol. Reflex. Crit. [online]. 2009, vol.22, n.3, pp. 493-501.

VILLACA, F; PALACIOS, M. Concepções sobre assédio moral: bullying e trote em uma escola médica. Rev. bras. educ. med. 2010, vol.34, n.4, pp. 506-514.

Acessar Arquivo