Resumo

Apresentamos um recorte de pesquisa de mestrado que toma como objeto o currículo cultural da Educação Física (CC). Tencionamos analisar o modo como ele é representado nas aulas de quatro Instituições do Ensino Superior que abordam essa perspectiva. Descrevemos aproximações e distanciamentos entre essas aulas da graduação, bem como quais concepções de sujeito, conhecimento, verdade e diferença são veiculadas nas disciplinas. Justificamos este estudo diante da total ausência de pesquisas sobre sua ocorrência no Ensino Superior. Vale destacar que é no Ensino Superior que os professores são formados e preparados para atuação nas escolas, portanto, é necessário analisar a maneira pela qual esses sujeitos são apresentados ao currículo cultural, que poderá embasar a prática pedagógica na escola. Artistamos uma atitude etnográfica, ressignificada pelo contexto de pandemia, no segundo semestre de 2020 e primeiro semestre de 2021. Tal prática nos permitiu um contato próximo com os professores e estudantes das quatro instituições e possibilitou descrições detalhadas das formas de representação do CC. Nos utilizamos de uma análise pós-estrutural do currículo nas distintas instituições, ancorados na noção de representação, elaborada por Stuart Hall e na de differánce, produzida por Jacques Derrida. Os resultados iniciais indicam que a ocorrência das aulas é singular em cada instituição. Em relação à docência, uma análise foi realizada até o momento. Interpretamos que apesar do docente se afirmar enquanto professor do CC, a sua disciplina apresenta uma visão pró-elitista, cujos exemplos não aprofundam nem tampouco ampliam as discussões e os referenciais desse currículo, além de as aulas ocorrerem de forma distante dos registros da Educação Física Cultural que acontece nas escolas, dificultando a sua compreensão.

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