Resumo

 As mudanças tecnológicas e industriais ocorridas nos últimos tempos definiram historicamente as transformações das sociedades capitalistas. O desenvolvimento experimentado pela modernidade traz junto a si, o excesso dos meios de produção, que aumentaram em quantidade, velocidade e diversidade. Com isso, as relações entre produção e consumo se intensificaram e o mercado cresceu, aumentando a lista de mercadorias disponibilizadas à população. Nessa sociedade de consumo e massificação, o corpo vem ganhando cada vez mais destaque. A valorização da aparência física do corpo é fruto de sua excessiva exposição no espaço público, onde o estereótipo do corpo belo, do corpo saudável, do corpo escultural é ditado pela indústria da moda e da beleza transformando-a em um objeto de consumo. Desta forma, o presente estudo tem como objetivo analisar a categoria beleza em seu percurso histórico, as transformações da perspectiva sobre o corpo e a cultura do consumo na sociedade contemporânea, tomando como referência os profissionais de Educação Física que atuam em academias de ginástica na cidade de João Pessoal. Quanto à metodologia, é uma pesquisa de abordagem dialético-critica, de cunho teórico-prático, com uma perspectiva predominantemente qualitativa de análise. Participaram da pesquisa, 14 profissionais de Educação Física, atuantes em academias de ginástica na cidade de João Pessoa. Foi realizada uma entrevista semiestruturada, gravada pela própria pesquisadora e o instrumento utilizado para análise foi à análise de conteúdo. Concluímos que por trás de um discurso de bem-estar e saúde, existe toda uma ideologia que apela para um ideal de beleza inatingível, característica da sociedade contemporânea que sobrevive de uma cultura do consumo exagerado, levando os indivíduos a uma insatisfação constante. Ou seja, hoje a beleza corporal, nessa sociedade de consumo, predomina os ideais platônicos, da ordem, da simetria, de uma beleza que está no objeto, na aparência. Apesar de se falar em saúde, qualidade de vida, tudo isso apenas justifica a ida a academia, as cirurgias, os medicamentos, a busca desordenada para manter um padrão ideal imposto pela sociedade de consumo, onde o profissional de Educação Física, em sua maioria, continua reproduzindo a ideia de beleza reduzida a padrões corporais; e de saúde reduzida à busca pelos modelos de corpo perfeito divulgados na mídia.

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