Resumo

Atualmente as pesquisas tem se preocupado em promover atitudes que afastem os indivíduos das doenças crônicas não transmissíveis, mediante níveis mais elevados de atividade física, dado o grande número de ocorrências dessas doenças e em todas as idades. Hábitos adquiridos em idades precoces podem favorecer positiva ou negativamente esse quadro. O esporte, patrimônio cultural da humanidade, tem sido utilizado nas políticas públicas no enfrentamento de hábitos sedentários em idades jovens. Entretanto, sabe-se que o nível de abandono dessa prática entre a infância e adolescência é considerável. A identificação de fatores que possam contribuir para maior participação é fator preponderante nas ações que promovam níveis satisfatórios de atividade física. Desse modo, o objetivo do presente estudo foi analisar a influência ao longo do tempo na participação em esporte na infância e o nível de atividade física na adolescência. Para tanto, 587 adolescentes do 3º ano do Ensino Médio da rede pública de Londrina, Paraná, fizeram parte da amostra. O teste Qui-quadrado e a Regressão de Poisson foram utilizados para análise das associações entre a participação no esporte na infância, com níveis suficientes de atividade física, IMC e percepção de saúde na adolescência. Verificou-se através dos resultados que jovens que participaram de esporte na infância, tiveram maior prevalência de prática de atividade física que seus pares sem prática de esporte na juventude (RP 1,48 [C95%=1,11-1,97]). Associação positiva ocorreu também no IMC, mostrando que adolescentes que estiveram envolvidos com a prática esportiva na infância, apresentam RP 1,19 (IC95%=1,05-1,35) maior de terem peso normal ou baixo peso. O nível de atividade física na adolescência foi associado com a percepção de saúde boa ou ótima (RP=1,78; IC95%=1,19-2,70) e com o gênero masculino (RP=1,84; IC95%=1,33-2,54). Já as moças apresentaram a RP de 0,80 (IC95%=0,70-0,91) no IMC, uma vez que a proporção de eutróficas ou com baixo peso foi maior que entre o gênero masculino. Por outro lado, a RP 1,17 (IC95%=1,06-1-30) maior na percepção de saúde boa ou ótima foi a favor dos rapazes. E ainda, os jovens eutróficos ou com baixo peso, apresentaram RP 1,12 (IC95%=1,01-1,24) maior na percepção de saúde boa ou ótima. Esta mesma percepção de saúde tem RP 1,18 (IC95%=1,08-1,30) superior entre os estudantes que atingem a recomendação de atividade física na adolescência. Conclui-se desse modo que a participação em esporte na infância promoveu níveis satisfatórios de atividade física na adolescência, assim como melhores indicadores de peso corporal na amostra analisada.

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