Resumo

Este estudo buscou analisar o movimento de institucionalização da cultura esportiva na aparelhagem estatal brasileira durante o século XX e início do novo século. Elaborar análise sob a Política Nacional de Esporte alcançada durante o governo Lula/PT que coincide com a criação e consolidação de um Ministério próprio para cuidar da temática esportiva. Os resultados encontrados demonstram que o esporte, no Estado brasileiro, foi marcado pelos mesmos determinantes sócio-históricos que compuseram o desenvolvimento político e econômico da nação e que aquilo que muitos esperavam do governo Lula – ampliação e democratização do acesso ao esporte comprometido com a emancipação do homem -, dado sua trajetória histórica de luta contra modelos hegemonicamente pré-concebidos, não pôde ser observado na prática. Ao contrário, nossas análises afirmam que: as ações do atual bloco no poder vão ao encontro e ao mesmo tempo aprofundam as reformas neoliberalizantes que se encontram - sob os preceitos da social-democracia e da Terceira Via - ancoradas na estrutura e no modelo de Estado que busca adequar política focalizada e Estado gerencial – necessário. No plano da sociabilidade, tal modelo de Estado, fundamenta uma “Nova Pedagogia da Hegemonia” (NEVES, 2005) baseada na “pequena política” (GRAMSCI, 2007) como expressão de um “novo tempo” onde as diferenças de classe, ideologicamente, não mais existem. Entendendo que a opção teórica não é neutra nem arbitrária, definimos pelo Materialismo histórico enquanto método de investigação. Espera-se com isso contribuir para a explicação radical da realidade, assim como impulsionar ações práticas que visem a superação do modo/vida trabalho estruturado nas relações de produção capitalistas, cuja natureza e mecanismos próprios fazem perpetuar, cada vez mais, intensas diferenças políticas e econômicas no seio da população nacional e mundial. O capítulo I aborda a formação do Estado brasileiro e a institucionalização do esporte na aparelhagem estatal no período compreendido entre 1930 até os anos de 1990. O capítulo II analisa as reformas de Estado praticadas por diversos países e as mudanças ocorridas na formação/educação e no mundo do trabalho a partir do advento do neoliberalismo enquanto saída político-econômica para a crise estrutural de 1970. Busca, também, nesse mesmo período, compreender a função social do esporte e as diretrizes advindas dos Organismos Internacionais para o desenvolvimento da cultura esportiva nos países periféricos. O capitulo III, busca demonstrar como se afirma o modelo neoliberal de Estado no Brasil e os caminhos encontrados para o aprofundamento da institucionalização esportiva no Brasil contemporâneo. O capítulo IV traz uma análise que nos permite entender o giro político dado pelo governo Lula/PT para liderar um novo bloco no poder capaz de potencializar as reformas neoliberalizantes em curso desde o governo Collor/Itamar. E por último, o capítulo V, que buscou analisar os fundamentos e conceitos que deram sentido a uma Política Nacional de Esporte durante o governo Lula e a existência de um Ministério próprio para cuidar dessa temática. O capítulo, também, teve um movimento de evidenciar suas observações a partir do estudo de alguns programas/projetos desenvolvido nas secretarias que compõe o Ministério do Esporte. 25 Palavras-chaves:; Institucionalização esportiva; Reformas neoliberalizantes; Política Nacional de Esporte.

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