A recusa da branquitude e a invisibilidade do racismo no cuidado em saúde

Parte de Formação em saúde e educação física . páginas 173 - 200

Resumo

Este texto pretende abarcar aspectos que consideramos importantes do trabalho em saúde mental, trazendo à tona uma questão ainda muito pouco explorada nesse contexto: as relações raciais. Aborda o arranjo tecnológico da produção do cuidado (MERHY, 2002) em sua dimensão micropolítica, mais especificamente, problematizando a invisibilidade da branquitude transferencial nos vínculos de cuidado. Diversas teóricas brasileiras (BENTO, 2012; MOREIRA, 2014, SCHUCMAN, 2012) utilizam a expressão “branquitude” para descrever um conjunto de situações que são histórica, social, política e culturalmente produzido e que está intrinsecamente ligado a relações de dominação. A branquitude é dinâmica, relacional e opera em todos os momentos e em diferentes escalas. Esses processos e práticas incluem direitos básicos, valores, crenças, perspectivas e experiências que supostamente são compartilhadas por todos, mas que, na verdade, só são consistentemente oferecidas às pessoas brancas.