Resumo

: O voleibol é um esporte praticado em alta intensidade e com realizações sucessivas de saltos verticais e deslocamentos em alta intensidade. Assim, dentro da periodização de treinamento, mais especificamente dentro do período de tapering, estratégias de suplementação podem otimizar a recuperação da fadiga induzida e potencializar o desempenho dos atleta. Dentre elas, há evidências de que a suplementação com β-alanina (BA) (precursora de carnosina) contribui na manutenção do pH intracelular e melhora do desempenho, estudos vêm mostrando o efeito antioxidante da carnosina através da diminuição do EO e consequente prevenção de danos às proteínas e às membranas lipídicas. OBJETIVO: Avaliar se a suplementação de BA modularia o estresse oxidativo no período de tapering em atletas de voleibol. MÉTODOS: O protocolo contou com um mesociclo composto por 8 semanas (5 de intensificação e 3 de tapering). A Carga Interna (CI) foi calculada durante as sessões de treino. O período de tapering contou com a análise da CI e com a suplementação e coleta de sangue (coleta com um intervalo de 21 dias – análises pré e pós período de tapering). Participaram deste estudo onze atletas adultos (BA = 6; PL = 5) do sexo masculino, sadios. Em relação à característica da amostra, para o grupo BA e Placebo (PL), respectivamente, estão descritos os dados como média e desvio padrão: Idade 19 ± 0,9 x 20 ± 0,6 anos; massa corporal 76,7 ± 6,1 x 79 ± 3,6 kg; estatura 1,9 ± 0,1 x 1,8 ± 0,1 m; percentual de gordura corporal 11,7 ± 2,2 x 12,1 ± 1,9. A quantidade de BA e de PL foi de 6,4g/dia, 1 vez ao dia, durante um período de 3 semanas (período de tapering). Para controlar a CI de treinamento foi utilizado o método da percepção subjetiva de esforço (PSE) da sessão x tempo total da sessão de treinamento em minutos. O sangue foi utilizado para a dosagem de: TBARS; ácido úrico; e nitrito. Aplicou-se o teste ShapiroWilks para verificar a normalidade dos dados e o teste de Levene para a homogeneidade dos mesmos. Para a CI foi utilizado ANOVA de uma via (diferenças intergrupos) e medidas repetidas (diferenças intragrupos). Para a análise dos biomarcadores de EO utilizou-se a ANOVA de duas vias para amostras independentes, também foi realizado o teste de Mauchly para analisar a esfericidade dos dados. Quando detectada diferença estatística, foi utilizado post-hoc de Bonferroni para localizar o momento das diferenças. Foi aceito nível α ≤ 0,05. O TE para a média do EO intragrupos foi calculado usando Hedge‘s G. RESULTADOS: Para a CI de treino, houve diferença significativa entre os grupos na semana 1 (P = 0,010), 2 (P = 0,001) e 7 (P = 0,002), também foi encontrada diferença estatística para o grupo BA entre a semana 2 e 7 (P=,043) e para o grupo PL entre a semana 3 e 5 (P = 0,009), 3 e 7 (P = 0,027), 4 e 5 (P = 0,030), 6 e 7 (P = 0,024) e 7 e 8 (P = 0,007). Para os biomarcadores de EO não houve diferença significativa intra e inter grupos para os biomarcadores TBARS e ácido úrico. Foi encontrada diferença significativa entre os grupos no momento pós para o biomarcador nitrito.. Para a CI, durante o período de intensificação, o grupo BA teve um efeito maior no aumento da CI em relação ao PL (BA = -2,034 x PL = 0,784) e durante o período de tapering ambos os grupos diminuíram a CI, porém para o grupo BA essa diminuição foi menor na primeira (BA = -1,639 x PL = -2,575) e terceira semana (BA = 4,379 x PL = 3,588). Foi encontrado um TE maior para o grupo BA em relação ao grupo PL para o biomarcador TBARS. Com relação ao ácido úrico, foi encontrado um EO pequeno, porém positivo, para o grupo BA, e negativo para o grupo PL. Foi encontrado um EO alto e positivo (grupo BA) e negativo (grupo PL) em relação ao nitrito plasmático. CONCLUSÃO: A suplementação de BA modulou positivamente a recuperação no período de tapering em atletas de voleibol, podendo ser uma importante estratégia no planejamento esportivo