Resumo

1 INTRODUÇÃO
Os direitos sociais são imprescindíveis à dignidade humana por promover o bem-estar dos indivíduos e da coletividade. Neste aspecto, espera-se do Estado uma indivisibilidade dos direitos sociais e a promoção de ações que busquem também a valorização do esporte e do lazer como espaço e tempo necessários para vivenciar plenamente o papel social, cultural, político e econômico como um direito de todo cidadão.
Para Mascarenhas (2003), o lazer é um fenômeno tipicamente moderno, resultante das tensões entre capital e trabalho, que se materializa como um tempo e espaço de vivências lúdicas, lugar de organização da cultura, perpassado por relações de hegemonia.
Ainda para o autor, o lazer se manifesta como fonte de tensão e desequilíbrio. À medida que se desenvolvem as atividades – isto é, na medida em que se joga, dança, representa, passeia etc. – os componentes do grupo interrogam o tema e a si mesmos. Seu modo de agir, atitudes, valores e preferências perante uma dada atividade passam a ser questionados. Nessa perspectiva, aceitam-se e fazem-se sujeitos (MASCARENHAS, 2003).
A partir da compreensão de que o esporte e o lazer estão permanentemente em construção, provocando reflexões, tensões e desafiando novas buscas problematizou-se, neste projeto, como tem sido utilizada a Avenida Litorânea como espaço público de lazer no município de São Luís-MA?

2 METODOLOGIA 
A proposta do projeto foi de investigar como a Avenida Litorânea vem sendo utilizada enquanto espaço público de lazer em São Luís-MA. Para tanto, a presente pesquisa compreendeu várias fases para a construção da trajetória de investigação: Pesquisa bibliográfica, documental e de campo; Organização, categorização e análise dos dados coletados; Elaboração de relatório e de artigos científicos para divulgação científica.
A pesquisa é decorrente de um projeto de pesquisa PIBIC Jr – Superior e ainda está em andamento. Neste momento, se encontra na fase das entrevistas semi-estruturadas aos sujeitos que frequentam a avenida.

3 ANÁLISES E CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar das belíssimas paisagens que contornam a avenida e de seus tantos atributos, nem sempre a Litorânea tem se configurado como espaço para a vivência concreta da prática social do esporte e lazer, ou seja, sob a dimensão de espaço urbano para o desenvolvimento das atividades através da democratização do acesso a toda a sociedade.
Tem-se percebido, ao longo do tempo, uma crescente “invasão” da iniciativa privada em vários pontos da avenida, caracterizando um crescimento acelerado de estações de corrida/caminhadas, treinamento funcional, entre outras formas de entretenimento, claramente caracterizadas como práticas de interesses econômicos e não ações e políticas ofertadas pelo poder público para a classe trabalhadora usufruir dos bens culturais e sociais.
Assim, em vez de incluir o indivíduo no coletivo através de práticas que possibilitem a constituição da cidadania e emancipação humana tem-se o coletivo superado por uma experiência individual de privatização dos espaços públicos de esporte e lazer e, consequente, exclusão de grande parte da população empobrecida frente aos padrões financeiros e de consumo. 
Ainda que a pesquisa esteja em andamento, pode-se adiantar que a efetivação do acesso ao direito ao lazer neste espaço, até o momento, não só tem sido negada como mercantilizada. Os inúmeros pontos de oferta de atividades da avenida tem sido campo para o consumo do lazer sob as mais diversificadas ações. 
Buscando chamar a atenção do Poder Público estadual e municipal a pesquisa segue no intuito de contribuir para o debate de ampliação da cidadania e políticas públicas no campo do lazer. Para NARCISO (2009), o espaço público não só é um importante espaço social, como também é um ambiente propício a promoção da saúde e socialização.

5 REFERÊNCIAS
MASCARENHAS. Fernando. Lazer como Prática da Liberdade: uma proposta educativa para a juventude, Goiânia: Ed. UFG,2003.
NARCISO, Carla Alexandra Filipe. Espaço público: acção política e práticas de apropriação. Conceito e procedências. Estudo e pesquisa em psicologia, Rio de Janeiro, ano 9, n. 2, p. 265-291, jul./dez. 2009.

Acessar