Resumo

Nas últimas décadas, os exercícios resistidos (musculação) deixaram de ser uma atividade física destinada apenas a jovens, e se tornaram a atividade mais preconizada para a manutenção da capacidade funcional e independência física durante a velhice, em função dos expressivos ganhos de força e massa muscular e óssea, resultantes desta prática. Como o número de idosos nela inseridos ainda é bastante baixo, este estudo objetivou levantar os determinantes de adesão à prática de musculação entre idosos da cidade de Porto Velho, a partir de uma abordagem qualitativa. Utilizamos como estratégias de investigação uma entrevista semiestruturada e um questionário fechado, aplicados em dois universos geográficos de Porto Velho (7 academias e Espaço Alternativo), nos quais entrevistamos um total de 39 idosos. Os determinantes de adesão mais importantes foram o conhecimento dos benefícios e a indicação médica, e outros fatores também importantes, porém menos que os anteriores, foram tempo livre percebido, hábito anterior de atividade física, acesso à academia, apoio social recebido, autopercepção de saúde e capacidade funcional, e estereótipos do indivíduo sobre a musculação e a velhice. Esses fatores foram influenciados pelo estado conjugal, ter ou não filhos, escolaridade, renda mensal, aposentadoria, tipo de profissão desempenhada ao longo da vida, presença de doenças, capacidade funcional, localização da academia, valores culturais existentes na sociedade sobre a velhice e a musculação, e ter amigos/familiares que praticam musculação. Existem mais limitantes de adesão à musculação do que às atividades físicas em geral, entre idosos, que se traduzem no pouco conhecimento sobre os diferenciais dessa atividade física e nos ainda existentes estereótipos sobre velhice e musculação. Consideramos que a baixa adesão de idosos à musculação se dá porque a atividade ainda não está inserida nos discursos vigentes sobre atividade física e saúde

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