Resumo

O lazer na atual sociedade pode ser entendido de diferentes formas, sendo
que numa ótica funcionalista, conforme denuncia Valquíria PADILHA (2003),
é visto como algo bom, sendo oposto ao trabalho, que é considerado ruim.
De um ponto de vista crítico, vê-se o lazer como a continuidade do trabalho
e não desconectado. Por intermédio das concepções de lazer existentes na
sociedade, segundo Fátima Moraes GARCIA (2002), grande parte dos
professores de Educação Física que se apresentam como animadores sócioculturais se encontram subsumidos pela ideologia e alienação (re)produzidas
pelas circunstâncias sócio-políticas originárias e fomentadas pelas relações
de poder dominante. Assim, o objetivo do estudo foi estabelecer reflexões
sobre a atuação do profissional do lazer na sociedade capitalista. Em relação
à atuação do profissional do lazer, segundo Pablo WAICHMAN (1997) podese observar a existência do recreador e do recreólogo. O primeiro é um
sujeito técnico e conhecedor de muitas brincadeiras e jogos, que gera risos,
porém que se mantém recreando no quietismo, supondo que sua prática
propicia liberdade. O segundo fundamenta sua prática, faz recreação e não
entretenimento, levando em consideração a realidade dos sujeitos e o meio
social destes. A metodologia adotada se baseou em discussoes e reflexoes
das leituras de obras relacionadas à área do lazer e da sociedade no decorrer
da história sob a ótica materialista hitórica. Como resultados, verificou-se
que as formas alienantes do lazer advêm do próprio mundo opressivo e
objetivado do trabalho, ou seja, a alienação de um gera evasão e processos
compensatórios em outro. Para o lazer ter sentido para as pessoas e não
ser visto somente como descanso e recuperação, o trabalho deveria
apresentar significados primeiramente. Portanto, o animador sócio-cultural,
em qualquer dimensão, muitas vezes não busca transformar a lógica vigente,
reforçando a manutenção da ordem social. Isto, pelo fato deste ter que se
submeter às imposições do capitalismo para se manter empregado e
sobreviver. Finalmente, observamos que há necessidade de ampliar a visão
crítica dos profissionais da área e buscar a transformação da realidade com
práticas conscientes e transformadoras.

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