Resumo

O exercício físico induz aumento no consumo de oxigênio bem como na demanda energética. O
aumento no consumo de O2 induz aumento na produção de espécies reativas de oxigênio (EROs).
Dependendo da sua concentração, as EROs reagem com estruturas celulares, oxidando-as. Altos níveis de
oxidação alteram sua função e prejudicam a homeostase intracelular. Jogadores de futebol aumentaram o
desempenho de forma significativa nas últimas décadas, pela intensificação do processo de treinamento e
melhoria das capacidades físicas envolvidas na modalidade. Tal fato sugere um aumento na possibilidade
destes atletas estarem mais susceptíveis ao ataque oxidativo de EROs, com conseqüente aumento nos níveis
de estresse oxidativo. Por outro lado, o treinamento também age na modulação dos sistemas antioxidantes
intracelulares, aumentando sua capacidade de remover EROs. O objetivo deste estudo foi analisar o
comportamento de marcadores sangüíneos do sistema de defesa antioxidante, de ataque oxidativo, bem como
dos níveis de alteração muscular ao longo de cinco meses de campeonato paulista de um time de futebol,
categoria sub-20. Nossos resultados mostram que as enzimas antioxidantes glutationa redutase e catalase
atingiram picos de atividade em momentos distintos da temporada, sugerindo uma ação complementar entre
elas. Os marcadores de estresse oxidativo e lesão muscular analisados não mostraram alterações significativas
ao longo do estudo. Esses dados sugerem que a capacidade de defesa antioxidante foi eficiente em tamponar o
possível aumento na produção de EROs induzido pelos treinamentos e jogos da competição, impedindo a
ocorrência de lesões musculares de origem oxidativa ao longo do campeonato.

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