Resumo

Para o incremento do desempenho no futebol, são utilizados métodos de treinamento contemporâneos, a partir da utilização de pequenos jogos, que objetivam aprimorar, as capacidades técnicas e táticas dos jogadores, em função da manipulação de variáveis como o número de jogadores, limitação de toques na bola e outras. Contudo, ainda pouco se investigou acerca de parâmetros táticos e físico-fisiológicos de situações de Pequenos Jogos onde o número de jogadores entre as equipes encontra-se não balanceado. Portanto, os objetivos da presente pesquisa foram: realizar uma revisão narrativa acerca dos pequenos jogos no futebol e analisar o comportamento tático e físico-fisiológicos de atletas das categorias sub-15 e sub-17 a partir dos pequenos jogos (PJ) praticados com igualdade numérica e superioridade numérica na fase ofensiva em jogadores de Futebol. A revisão narrativa mostrou que os PJ são ferramentas pedagógicas utilizadas em sessões de treinamento para aprimorar as habilidades táticas, técnicas, físicas e psicológicas dos jogadores em ambientes semelhantes ao jogo formal. A utilização de jogos reduzidos apresenta vantagens no processo ensino-aprendizagem-treinamento do futebol, desde que o treinador compreenda quais variáveis do jogo devem ser manipuladas para atingir seus objetivos. Assim, a eficácia dos jogos reduzidos como ferramentas pedagógicas depende de suas múltiplas configurações, como a composição das equipes, o número de jogadores por equipe, o tamanho do campo e a manipulação das regras do jogo. Essas configurações de jogo devem estar alinhadas com os objetivos do treinador e da equipe, e ir ao encontro da capacidade dos atletas de resolver situações-problema, com base em seus conhecimentos táticos. Ao considerar a análise do comportamento tático e físico, do segundo objetivo, considerou-se como amostra 14 atletas das categorias sub-15 e 14 atletas da categoria sub-17 As equipes se enfrentaram em dois pequenos jogos com 4 tempos de 6 minutos e com intervalo de 3 minutos entre eles. Os PJ foram praticados nas configurações GR+5 vs. 5+GR e GR+5 vs. 7+GR. Os resultados mostraram que houve diferença no fator categoria no índice de exploração espacial [F(1,74)=134,061, p<0,0001, η²=0,64], na profundidade [F(1,74)=93,341, p<0,0001, η²=0,56], na largura [F(1,74)=7,830, p=0,007, η²=0,10], na razão largura/profundidade [F(1,14)=46,095, p<0,001, η²=0,77], na Frequência Cardíaca (FC) média [F(1,74)=13,292, p<0,0001, η²=0,15], na FC máxima [F(1,74)=4,844, p=0,031, η²=0,06], e nas distâncias percorridas nas velocidades de 7,20 até 14,29 km/h [F(1,74)=4,965, p=0,029, η²=0,06] e de 14,30 até 19,69 km/h [F(1,74)=13,323, p<0,0001, η²=0,15]. Além disso, houve diferença na interação dos fatores índice de exploração espacial e condição [F(1,74)=4,736, p=0,033, η²=0,06] e não houve diferença no fator condição. Neste âmbito, conclui-se que os PJ devem ser considerados meios pedagógicos de ensino que alteram o comportamento tático e físico conforme a experiência do jogador e as restrições da tarefa

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