Resumo

Diante do desafio da inclusão do aluno com deficiência nas aulas de Educação
Física no sistema regular de ensino, o Ministério da Educação, por meio da Secretaria
da Educação Especial, promoveu um Curso de Capacitação de Professores
Multiplicadores em Educação Física Adaptado, realizado em Brasília entre 2 e 19
de dezembro de 2001. Cada Estado enviou 5 professores de Educação Física, cujo
compromisso seria de compartilhar as informações com os demais colegas da rede
de ensino. O presente estudo tem como objetivo avaliar a participação dos
representantes do Estado do Mato Grosso do Sul nesse processo e verificar se as
metas propostas pela Secretaria da Educação Especial foram atingidas por esse
grupo. O instrumento de coleta de dados foi constituído por dois questionários
contendo perguntas abertas: o primeiro aplicado anteriormente ao curso para
caracterização da amostra e verificação do entendimento prévio acerca dos conceitos
de deficiência, inclusão social e Educação Física Adaptada; o segundo aplicado
posteriormente, para avaliação do curso e análise de possíveis mudanças de
concepções. A amostra foi constituída por 5 professores de Educação Física
selecionados pelo Estado do Mato Grosso do Sul. A interpretação dos dados foi
baseada em análise de conteúdo. A deficiência, inicialmente caracterizada pelos
participantes como "comprometimento", "carência", "falta de algo", "defeito" e
"anormalidade", passou a ser compreendida enquanto "diferença" por apenas 1
dos entrevistados. Os demais continuaram relacionando deficiência a "problema",
"impedimento" e "incapacidade". A inclusão social foi definida pelos entrevistados
como "oportunidade de participação", "aceitação" e "integração" das pessoas com
deficiência na sociedade. Somente 1 dos sujeitos, referiu-se ao processo de inclusão
como sendo de responsabilidade mútua, entendendo que além de capacitar as pessoas
com deficiência, é necessário que a sociedade também se prepare para aceitá-la. A
Educação Física Adaptada foi apontada como "oportunidade de participação",
"modificação de regras" e "respeito às diferenças", não observando maiores avanços
nas colocações subseqüentes. Embora a expectativa dos participantes tenha sido
atingida e os mesmos julgarem-se aptos a atuar como multiplicadores do
conhecimento envolvido, observou-se que a maioria desses professores não
demonstrou alterações conceituais significativas que pudessem expressar um efetivo
aprimoramento profissional decorrente do referido curso.

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