Resumo

O objetivo deste estudo foi efetuar um levantamento dos parâmetros cinemáticos das três últimas passadas da corrida de aproximação e da impulsão no salto em distância, com a finalidade de descrever e analisar estas fases e comparar os resultados com outros estudos semelhantes. Os sujeitos foram dois atletas com boa colocação no ranking brasileiro e foi utilizada a técnica da cinematografia bidimensional para a retirada dos dados brutos. Três ensaios foram selecionados de um total de cinco por sujeito. Foi efetuada uma análise estatística descritiva e correlacional, para verificar as relações existentes entre as variáveis e entre as variáveis e a marca conseguida. Os resultados indicaram valores baixos para a velocidade horizontal, o principal fator determinante para o êxito nesta prova atlética, quando comparados com resultados de atletas de alto nível. Os níveis dos parâmetros angulares das passadas foram similares aos encontrados em outros trabalhos, mas os da impulsão indicaram problemas de ordem técnica e condicional. Os valores para o ângulo do joelho no instante de contato e no de máxima flexão durante a fase de suporte ficaram abaixo dos níveis tidos como os ideais pela literatura. As variáveis que apresentaram um correlação significativa com a performance foram: o tempo da fase aérea da última passada (TFAE1), com r=-.82 para um p=.04; o ângulo do joelho no instante de contato com a tábua (AJC), com r=.81 para um p=.05; o tempo do segundo período da impulsão (TFIA), com r=-.82 (p=.045); e paradoxalmente a velocidade horizontal na antepenúltima (VHOR3) e penúltima passadas (VHOR2), respectivamente -.89, p=.015 e -.86, p=.027. As evidências apontam para uma dificuldade de os sujeitos conseguirem controlar a velocidade gerada na corrida de aproximação quando se aproxima o momento de efetuar a impulsão. É necessário um trabalho conjunto de análise técnica e também uma amostra ampliada para a utilização maior da estatística para aprofundar o conhecimento das várias relações importantes entre as fases desta prova. Concluindo, algumas sugestões de ordem didático-pedagógica e também para a área do treinamento foram colocadas, para minimizar alguns problemas na iniciação e treinamento específico de saltadores em distância.

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