Resumo

O árbitro é a figura que realmente pode influenciar no resultado da partida, pois, apesar de estar em campo para cumprir a regra, existem situações que requerem uma interpretação do árbitro, que não estão definidas com clareza na regra, e suas decisões sobre quaisquer fatos pertinentes ao jogo são definitivas (FIFA, 1999). Desde 1868, quando surge o árbitro de futebol, é indispensável incluir o tema arbitragem nas discussões ou transmissões a cerca desta modalidade. Dentro de um jogo, no mundo, cada vez mais cresce o número de árbitros de futebol, existem cerca de 840.000 árbitros e assistentes registrados, sendo aproximadamente 94% homens (FIFA, 2006). 
Entendendo as necessidades de caminhar no sentido de estudos voltados para a composição corporal do quadro de arbitragem e principalmente na região nordeste onde a carência é maior, o presente estudo tem por objetivo analisar e classificar o percentual de gordura e o índice de massa corporal (IMC) do quadro de arbitragem, árbitros e assistentes, da Federação Norteriograndese de Futebol.
Este estudo caracteriza-se como descritivo de corte transversal. A amostra é constituída por 16 árbitros, todos do sexo masculino, da Federação Norteriograndense de Futebol (FNF), que pertencem ao Quadro Nacional da Confederação Brasileira de Futebol. Foram mensuradas nove dobras (tríceps, bíceps, peitoral, axilar média, abdome, suprailíaca, coxa e panturrilha), o calculo do percentual de gordura foi realizado através da equação de Siri (SIRI, 1961) e o índice de massa corporal foi determinado dividindo-se o peso, em quilogramas, pela altura, em metros, ao quadrado. O percentual de gordura foi classificado através de notas, determinadas pela FNF, são elas: 10 - de 8 a 13%; 9,5 - 13,1 a 16%; 9,0 - 16,1 a 18%; 8,5 - 18,1 a 20%; e 8 - se <8 ou >20%. A partir dos resultados obtidos, de IMC e percentual de gordura, será feita uma relação, de forma que os dados do IMC serão relacionados com dados de outros estudos que envolvem essa variável e os dados de percentual de gordura serão apresentados e classificados do modo que foi supracitado, segundo parâmetros da FNF. Outro aspecto que será evidenciado é o da idade, a média de 34±4,97 anos se assemelha com a encontrada por Da Silva (2001) no estudo com árbitros da Federação Paranaense de Futebol (FPF), 34,5 anos. No o IMC a média foi de 24±2,5 kg/m² se assemelha com os árbitros do Quadro da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) que tiveram índice de 24,8±2,4 kg/m² (SILVA et. al, 2008), o que caracteriza a maioria, 62,5%, dentro de um padrão considerado ideal segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). No percentual de gordura o grupo apresentou uma média de 12,3±2,43, de forma que 43,75% obtiveram nota 10; 43,75% nota 9,5; 6,25% nota 9; e 6,25% nota 8. Sendo assim, conclui-se que os árbitros do Quadro de arbitragem da FNF nos aspectos de idade e IMC estão semelhantes aos de árbitros de outras federações, inclusive a CBF. Entendemos a necessidade de uma avaliação física e, consequentemente, mais estudos para comparação da composição corporal e para uma padronização dos dados, em todo país. Assim, proporcionando a execução de um programa de treinamento eficaz e os árbitros brasileiros bem condicionados para que consigam executar sua função com plenitude, estando próximos de todos os lances e, dessa forma, aplicando a regra e suas interpretações da forma mais imparcial possível.

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