Resumo

A postura de protrusão de ombro (PO) é resultado de uma posição alterada da escápula no gradil costal. As alterações de posição da escápula potencialmente relacionadas à PO são os aumentos de rotação medial, translação lateral, superiorização e inclinação anterior. A PO apresenta alta prevalência e vem sendo associada à presença de disfunções e lesões do quadrante superior. Tradicionalmente, a PO é considerada como resultado do desequilíbrio de força ativa dos músculos toracoescapulares (MTE), onde os músculos anteriores estariam curtos e fortes, e os posteriores estariam longos e fracos. Porém, o silêncio eletromiográfico dos MTE na postura de pé relaxada associado a estudos que falham em demonstrar associação entre força e postura sugerem que os desequilíbrios de força passiva e não ativa dos MTE seriam responsáveis pela PO. Uma vez que a força passiva de um músculo é dependente da sua rigidez e comprimento, o objetivo desse trabalho foi reduzir a PO em indivíduos assintomáticos por meio da alteração desses parâmetros musculares, através de treinos de hipertrofia em posições específicas dos MTE. Uma série de quatro estudos experimentais de caso único foi realizada. O estudo teve três fases de seis semanas de duração: fase A (baseline), na qual não houve intervenção; fase intermediária, na qual se iniciou a intervenção, porém não se esperava mudanças na PO; e fase B, na qual se esperava modificações na PO com a manutenção da intervenção. Quatro indivíduos assintomáticos com PO participaram do estudo. As variáveis dependentes foram as medidas semanais da posição da escápula e de PO na posição ortostática relaxada. As medidas foram realizadas por meio de um sistema de análise de movimento. A variável independente foi um programa de intervenção para modificação do comprimento e rigidez dos MTE dos voluntários. Esse programa foi personalizado, uma vez que os exercícios foram definidos pelos resultados da avaliação clínica de rigidez e força dos MTE de cada indivíduo.

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