Resumo

O objetivo deste estudo foi analisar as capacidades cognitivas e emocionais em relação à tomada de decisão de jogadores de futsal do estado do Paraná. Foram sujeitos do estudo 114 atletas de futsal do sexo masculino das três divisões do Campeonato paranaense de Futsal. Como instrumentos foram utilizados o Protocolo de Avaliação do Conhecimento Declarativo no Futebol, o Questionário de Estilo de Tomada de Decisão no Esporte e uma entrevista semi-estruturada. Para análise dos dados qualitativos utilizou-se a análise de conteúdo do tipo categorial, para os dados quantitativos foram utilizados: o teste Qui-Quadrado para Tendências, Regressão de Poisson com ajuste robusto de variância, Teste de Homogeneidade das variâncias, ANOVA, teste de Tukey, teste Box's M Test e MANOVA. Os resultados evidenciaram: Na subteoria contextual, os atletas utilizaram como estratégias inteligentes de adaptação o relacionamento interpessoal com atletas e comissão técnica, a estratégia de seleção de um novo ambiente ocorreu devido à dificuldade de relacionamento com a equipe e a modelagem de comportamento ocorreu através de resoluções dos conflitos com diálogo entre a equipe; na subteoria experiencial, o comportamento inteligente centrou-se na facilidade e no interesse pelo aprendizado, além das estratégias de repetição de tarefas buscando automatização; na subteoria componencial, os comportamentos inteligentes foram identificados mediante a dificuldade em explicar como ocorre a tomada de decisão em detrimento às estratégias de aprendizagem implícita; como componentes de desempenho e de aquisição de conhecimentos, as estratégias de recordar outras jogadas executadas no passado, assistir jogos e vídeos e o relacionamento com atletas mais experientes explicitaram o comportamento inteligente. Na capacidade tática de tomada de decisão, os atletas mais jovens (18-22 anos) apresentaram prevalência (RP=1,23) de tomar piores decisões quando comparados com atletas mais experientes (28-40 anos); em relação ao nível técnico observou-se que os atletas que já haviam sido convocados para a seleção brasileira apresentaram prevalência (RP=4,01) de tomar melhores decisões quando comparados com atletas que ainda não haviam sido convocados; no estilo de tomada de decisão, evidenciou-se que o compromisso com a aprendizagem foi o mais adotado (p≤0,01); seguido pela competência decisional percebida (p≤0,01); em relação ao nível técnico não foi possível observar diferença estatisticamente significativa para o estilo de tomada de decisão (p<0,05), da mesma forma a capacidade tática de tomada de decisão não apresentou associação com o estilo de tomada de decisão. Assim conclui-se: o contexto esportivo, a experiência em realização de tarefas, os componentes de processamento de informação e o compromisso com a aprendizagem, foram capacidades cognitivas e emocionais que demonstraram ser elementos intervenientes na tomada de decisão de atletas de futsal do estado do Paraná.

Acessar Arquivo