Resumo

Avaliações de laboratório e de campo periódica deveriam ser utilizadas para determinar o estado de prontidão físico do atleta e para inferir no treinamento das capacidades físicas específicas para o esporte. Nosso objetivo nessa dissertação de mestrado foi mostrar a importância da avaliação física periódica na prescrição do treinamento para modalidades de esforços intermitentes ao longo de uma temporada competitiva. Trabalhou-se com atletas da categoria junior (sub-20) de futebol e atletas da categoria juvenil de basquetebol ao longo da temporada competitiva (março a dezembro) de 2001 e 2003, respectivamente. Participaram das avaliações um total de 41 atletas, com 18 ± 1 ano de idade. Durante o período de preparação e de competição avaliou-se a capacidade aeróbia, através da determinação do limiar anaeróbio (LA). Para verificarmos a resistência de sprint (RS) utilizamos sprints máximos de 30 metros, que quantifica essa capacidade através do número de sprints de 30-m em velocidade máxima com 20 s de pausa que o atleta consegue realizar sem a velocidade cair abaixo de 10%. Esse teste também permite a quantificação da velocidade média nos 30-m (V30), velocidade máxima (VM) e tempo para atingir velocidade máxima (TVM). Para verificar a força muscular utilizamos o teste de 1(RM) e para potência muscular utilizamos o teste de salto horizontal com os jogadores de futebol e o de salto profundo para os de basquete. O programa de treinamento proposto para o futebol teve como base o modelo de cargas concentradas (concepção contemporânea) e programa de treinamento realizado no basquetebol foi o modelo de cargas destruídas (concepção clássica). As informações das capacidades físicas medidas nos jogadores de futebol mostraram que houve adaptação positiva em praticamente todas as capacidades físicas medidas, que se mantiveram ou mesmo melhoraram durante as 10 semanas do campeonato estadual, e que se encontravam com valores muito próximos em dezembro àqueles exibidos no final da pré-temporada, em junho. Quanto ao basquetebol, a periodização de treino físico correu paralela ao campeonato. Os valores de LA aumentaram em relação ao início da temporada. O TVM e a Vmax melhoraram no final da temporada embora o NS não tenha se alterado. Nossos dados mostram claramente a importância do acompanhamento da evolução de diferentes capacidades físicas importantes para a modalidade ao longo de uma temporada competitiva no auxílio de um trabalho mais individualizado com os atletas.
 

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