Resumo

A análise da estrutura temporal de jogo aplicada ao tênis de mesa permite identificar variáveis como a duração do rali – DR, intervalo entre ralis – TI, número de rebatidas por rali – NRR, razão esforço e pausa – E:P, taxa de rebatidas por segundo – TRS e duração total do jogo – DTJ. Estudos com o tênis de mesa olímpico encontraram DR de aproximadamente 3,5 segundos, TI entre 8 a 20 segundos e E:P de 0,12 a 0,50. O tênis de mesa paralímpico tem onze classes, que agregam diferentes tipos e níveis de deficiências físicas e intelectuais e entender as características de cada classe seria útil para a prescrição ideal e específica do treinamento e para embasar a classificação esportiva paralímpica. O objetivo deste estudo foi identificar a estrutura temporal de jogo nas onze classes do tênis de mesa paralímpico e fazer comparação das classes dentro dos seus grupos (cadeirantes, andantes e deficiência intelectual) e sexos. Para isso, foram analisados 147 jogos das 21 classes (11 do masculino e 10 no feminino) disputadas no Campeonato Mundial Individual de 2018. As variáveis analisadas foram: DR, TI, NRR, TRS, E:P e DTJ. Os resultados apontaram para DR entre 3 e 4,5 segundos, TI entre 9 e 15 segundos, NRR entre 3 e 6, E:P entre 0,20 e 0,40, TRS entre 0,96 e 1,26rebatidas/seg e DTJ entre 18 e 35 minutos, e em sua maioria foram parecidos com os encontrados no tênis de mesa olímpico. Entre as diferenças mais relevantes encontradas nas comparações entre classes e sexos, estão os maiores valores de DR e NRR para os homens em relação as mulheres em todas as classes de cadeirantes, assim como os menores valores das mesmas variáveis nas classes de maiores limitações físicas (Classe 1 e 2) do grupo cadeirantes em relação as demais classes do grupo. As Classe 3 e 4 masculinas tiveram DR maiores do que todas as demais classes de ambos os grupos e maiores que do tênis de mesa olímpico. Os andantes das Classes 6, 8 e 11 tiveram os maiores valores de DR e NRR entre o grupo andantes (ambos os sexos), assim como a Classe 7 teve os menores valores das mesmas variáveis em ambos, o que indica que as características da classe para ambos os sexos sejam parecidas. A TRS das classes mais altas (3, 4 e 5) dos cadeirantes foram mais altas do que as classes dos andantes, deficiência intelectual e tênis de mesa olímpico e indicam um padrão diferente no jogo destas classes (maior frequência de rebatidas por segundo.). O TI oscilou de 9 a 15 segundos e poder ser que tenha interferência dos pegadores de bolas. Os resultados em nosso estudo podem servir de referências inicias para programas de treinamento específicos ao tênis de mesa paralímpico, que respeitem as características de jogo referentes às limitações físicas, tipo de deficiência, característica da classe e sexo. Além disso, podem servir de referência para um sistema de classificação esportiva paralímpica mais eficiente, que leve em consideração as características de estrutura temporal de jogo das classes.

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