Resumo

Em atletas adolescentes, a maturação demonstra melhora do desempenho relacionado a indicadores biológicos de acordo com o pico de velocidade de crescimento (PVC). Dentre estes indicadores, valores mais altos do Índice de Força Reativa (RSI) estão relacionados a um melhor desempenho, em particular as ações de aceleração, mudança de direção e agilidade, sendo importante sua investigação em adolescentes. Objetivo: Realizar uma análise descritiva, reportando valores do RSI em atletas adolescentes em relação ao (PVC). Referencial teórico: O RSI descreve a capacidade rápida de mudança entre ações musculares excêntricas e concêntricas (REBELO et al., 2022). Atletas que apresentam maiores índices, apresentam também melhor desempenho na mudança de direção e agilidade (YOUNG; MURRAY, 2017). Materiais e métodos: Oitenta e um atletas adolescentes do sexo masculino (40) e feminino (41), foram submetidos a avaliação da massa corporal, estatura em pé e sentada, e PVC, através da fórmula proposta por Mirwald et al. (2002), resultando em um valor de anos para atingir, ou anos que se passaram do estimado PVC. Para a avaliação do RSI, foi utilizado um tapete de contato, e calculada a razão entre a altura do salto em metros, e tempo de contato com o solo em segundos, em 3 tentativas do salto Drop Jump, onde os participantes realizavam os saltos, partindo de um degrau com altura de 30cm, sendo orientados a realizar o menor contato possível com o tapete com a maior altura possível a ser alcançada. Os participantes ainda deveriam manter as mãos na cintura durante todo o movimento, e não flexionar joelhos ou quadris durante a fase de voo. Para a análise, os atletas foram divididos em dois grupos: até 1 ano do PVC (PVC1) e mais que 1 ano do PVC (PVC2). Foi realizado uma comparação do RSI entre os grupos através do Test T de Student. Resultados e Discussão: Para o sexo masculino, o grupo PVC1 (n=26; Idade: 13,81±0,90 anos; PVC: 0,11±0,61 anos) apresentou valores de RSI de 1,01±0,34 metros por segundo (m/s), e o grupo PVC2 (n:14; Idade:15,36±0,50 anos; PVC: 1,63±0,37 anos) de RSI de 1,36±0,30 m/s. Já para o sexo feminino, o grupo PVC1 (n:12; Idade: 12,42±0,51; PVC: 0,26±0,49) reportou valores de RSI de 0,74±0,17 m/s, e o grupo PVC2 (n:29; Idade: 14,07±1,49; PVC: 2,18±0,84) de 0,95±0,33 m/s. Houve diferenças significativa entre os grupos para RSI em razão do PVC em ambos os sexos (p<0,01). De maneira similar, em uma meta-análise é reportado que meninos que estão no PVC, apresentam maiores respostas ao desempenho do salto em comparação às meninas (PEITZ; BEHRINGER; GRANACHER, 2018). Conclusão: Este estudo sugere que o RSI é mais evidente para meninos em comparação a meninas durante e após o PVC, sendo uma importante variável a ser monitorada

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