Resumo

A observação e a análise do jogo tornam-se mais qualificadas e consistentes quando
a coleta de informações é realizada a partir da visualização do comportamento dos
jogadores e das equipes em ações contextualizadas do jogo. Assumindo este
delineamento, existe a possibilidade de identificar com maior objetividade a associação
e dependência funcional das ações de jogo, possibilitando assim perceber a sua
interação, em detrimento da análise isolada de cada uma delas, centrada usualmente
no estudo da freqüência de ocorrência. O Voleibol de alto rendimento parece ainda
deficitário quanto a caracterização mais aprofundada de suas peculiaridades com o
propósito de identificação de suas tendências evolutivas. Em estudos mais recentes
(LOESCH, 2003; JOÃO, 2004) estas tendências apontam que o aspecto crítico do jogo
é o confronto do saque versus recepção, pois sua resultante, o ataque, tem
demonstrado ser o fundamento do jogo que estatisticamente mais contribui para a
obtenção de pontos em uma partida de Voleibol de alto rendimento (COLEMAN,
2002; HEBERT, 2005). Tal pressupõe uma relação entre o tipo de saque e a tática
usada para a respectiva execução, bem como entre a organização tática para a recepção
e o respectivo efeito. O estudo que nos propomos realizar tem como objetivo
investigar a associação das ações ofensivas, a partir da recepção de saque (side out)
incluindo o saque adversário, no jogo de Voleibol de alto rendimento. Neste sentido,
procura-se identificar como as variáveis, relacionadas com cada uma das ações de
jogo, se associam mutuamente, bem como a influência que exercem sobre o resultado
do ataque. A amostragem do estudo tem por base sete jogos do Campeonato Estadual
do estado do Rio Grande do Sul, categoria adulta masculina, sendo que estas equipes
são as mesmas que representam o Estado no Campeonato Brasileiro. A coleta de
dados foi realizada tendo em consideração as seguintes variáveis: 1) saque (tipo;
função do jogador sacador; efeito); 2) recepção (efeito da recepção; área; jogador
que intervém na recepção); 3) levantamento (com ou sem infiltração); 4) ataque
(tempo do ataque; função do atacante; efeito do ataque). Para avaliação dos dados
recorreu-se aos instrumentos preconizados por COLEMAN (2002) e MOUTINHO (2002)
e o tratamento estatístico foi realizado a partir da estatística descritiva (freqüências e
percentagens) e da estatística inferencial, tendo sido utilizado o teste de Qui-Quadrado
para o estudo de associação entre as variáveis...

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