Resumo


Introdução e objectivos: Este trabalho foi realizado tendo em conta que a marcha
em terreno inclinado é a mais comum no quotidiano das pessoas e também, devido
à dificuldade em encontrarmos artigos sobre este tema específico. Teve como
objectivo geral analisar as diferenças da marcha em subida de rampa em três níveis
de inclinação diferentes, sendo eles 6º, 10º e 14º, em amputados abaixo do joelho
(transtibiais) e compará-los entre si e com indivíduos não amputados. Material e
métodos: Seis indivíduos com amputação unilateral de 1/3 médio da perna
(transtibial) e seis indivíduos não amputados (grupo de controlo), todos do sexo
masculino, com idades compreendidas entre os 20 e os 40 anos. O único critério de
inclusão em relação à prótese foi ter o tornozelo articulado. Realizou-se um estudo
experimental transversal, com o objectivo de analisar quantitativamente a marcha
em subida de rampa através de análise de vídeo em 3D (software APAS) e da análise
de pressão plantar (software PEDAR). A escolha das inclinações (6º, 10º e 14º) foi
feita com base numa pesquisa de campo em alguns edifícios públicos no Distrito
do Porto. Foi utilizado o software SPSS (testes de Mann-Whitney e Wilcoxon) para
o tratamento estatístico. O nível de significância considerado foi de p= 0,05. Principais
resultados e conclusões: As diferenças estatisticamente significativas encontradas
no ângulo entre o tronco e a vertical (ATV), que aumentou com a inclinação da
rampa para o grupo experimental, deveram-se ao aumento da transferência energética
para o tronco ocorrido no fim da fase de oscilação por uma deficiência na geração
de força pelo pé protetizado e também devido a uma maior propulsão provocada
pela maior inclinação da rampa. Para a velocidade média, em que não foram
encontradas diferenças estatisticamente significativas entre os grupos de controlo e
experimental, podemos sugerir que este facto deveu-se à boa adaptação dos
amputados à prótese. Em relação às diferenças estatisticamente significativas
encontradas para o grupo experimental, e de controlo, em função da inclinação da
rampa, sugerimos como explicação o aumento de propulsão conforme o aumento
da inclinação de rampa, já referido anteriormente. Em relação aos resultados
encontrados para as regiões plantares do antepé, médio-pé e retropé, verificamos
que há diferenças na distribuição da pressão plantar consoante a inclinação da rampa

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