Resumo

Este trabalho investigou o instrumento de perfil de humor psicológico BRAMS e traçou o perfil humoral de uma população de jovens fisicamente ativos. Analisou também as respostas das amostras da alfa-amilase salivar e verificou a possível correlação entre os dois marcadores de estresse. Na primeira parte do trabalho foi verificado se a Escala de Humor Brasileira (BRAMS) pode ser utilizada para aferir alterações de humor em resposta a diferentes cargas de treinamento e elaborada a folha de perfil de humor para a população em questão. Realizamos, inicialmente, a análise da concordância do instrumento BRAMS frente aos seis perfis de humor que ele pretende definir. Observamos ótima concordância estatística com os fatores vigor, raiva, fadiga, tensão e confusão mental. Já o fator depressão não apresentou concordância para a população estudada. Construímos, então, uma folha de perfil de humor, oriunda de 228 testes respondidos por 123 indivíduos com idade de 18±1anos (média ± desvio padrão), praticantes de 3 horas de exercício físico diário periodizado. As respostas de um subgrupo de sujeitos (n=105) foram avaliadas em dois momentos: após quatro meses de treinamento físico sistematizado diário, e após quatro dias do término de um treino intensificado de uma semana, quando foi aplicada uma sobrecarga maior em termos físicos e psíquicos. Os dados apresentados mostraram que o instrumento BRAMS foi capaz de discriminar perfis de humor alterados em função da intensificação do treino e a construção da folha de perfil de humor para uma população fisicamente ativa permite monitoramento mais acurado das variações do estado de humor em resposta ao treinamento. Na segunda parte, foram também analisadas as respostas da alfa-amilase salivar nos dois momentos e verificado se existe correlação entre o instrumento de humor e a enzima salivar. Observou-se que os fatores dos testes de humor BRAMS apresentaram na primeira aplicação, valores para os aspectos humorais considerados negativos mais baixos e apenas o fator vigor, único estado de humor considerado positivo, foi mais elevado. Nos resultados da segunda aplicação, todos os fatores negativos foram mais elevados, e apenas o fator vigor manteve-se mais baixo que na primeira aplicação. A enzima salivar alfa-amilase também teve seus valores aumentados na segunda coleta em relação à primeira, mas foi constatado que esses valores estavam dentro do valor de referência para o horário de coleta. Baseado nos resultados deste estudo foi verificado que tanto o teste psicológico, quanto a concentração da enzima salivar alfa-amilase reproduziram variações sofridas nos dois momentos, mas não possuem correlação entre si. 

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