Resumo

Este estudo teve como objetivo analisar o abandono de jogadores de futebol de elite em Portugal. Para tal, foram avaliados a qualidade do abandono e os recursos disponíveis. Para a compreensão do processo de abandono desportivo de jogadores de futebol de elite, foram realizadas entrevistas aprofundadas e semi-estruturadas com noventa jogadores profissionais que jogaram na selecção nacional de futebol. A maioria dos jogadores de futebol portugueses investigados abandonaram a prática desportiva entre os 36 e 40 anos de idade. O seu abandono foi involuntário e passou menos de um ano para aceitarem o abandono. A maioria revelou como habilitações literárias o nível secundário, uma forte identidade atlética, e a não existência de planos para sua carreira pós-futebol. Revelaram que a família foi o seu principal suporte psicológico, e nenhum dos jogadores recebeu apoio de um programa formal. Apesar dos resultados serem consistentes com estudos anteriores em culturas do sul da Europa, o abandono desportivo de jogadores de futebol portugueses revelou particularidades. A maioria dos futebolistas portugueses abandonou a prática desportiva em idades superiores aos atletas de outros países. Contrariamente aos resultados anteriores verificou-se um abandono involuntário mas em que os jogadores tiveram um tempo relativamente curto para aceitar o abandono.

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