Análise Retrospetiva do Abandono de Jogadores de Futebol em Portugal
Por António Carapinheira (Autor), Miquel Torregrossa (Autor), Pedro Mendes (Autor), Pedro Guedes de Carvalho (Autor), Bruno Filipe Rama Travassos (Autor).
Resumo
Este estudo teve como objetivo analisar o abandono de jogadores de futebol de elite em Portugal. Para tal, foram avaliados a qualidade do abandono e os recursos disponíveis. Para a compreensão do processo de abandono desportivo de jogadores de futebol de elite, foram realizadas entrevistas aprofundadas e semi-estruturadas com noventa jogadores profissionais que jogaram na selecção nacional de futebol. A maioria dos jogadores de futebol portugueses investigados abandonaram a prática desportiva entre os 36 e 40 anos de idade. O seu abandono foi involuntário e passou menos de um ano para aceitarem o abandono. A maioria revelou como habilitações literárias o nível secundário, uma forte identidade atlética, e a não existência de planos para sua carreira pós-futebol. Revelaram que a família foi o seu principal suporte psicológico, e nenhum dos jogadores recebeu apoio de um programa formal. Apesar dos resultados serem consistentes com estudos anteriores em culturas do sul da Europa, o abandono desportivo de jogadores de futebol portugueses revelou particularidades. A maioria dos futebolistas portugueses abandonou a prática desportiva em idades superiores aos atletas de outros países. Contrariamente aos resultados anteriores verificou-se um abandono involuntário mas em que os jogadores tiveram um tempo relativamente curto para aceitar o abandono.