Resumo

Este estudo pretende contribuir para a compreensão dos factores que podem predispor o atleta de competição a desenvolver comportamentos e atitudes de risco, características das perturbações alimentares.

Procura-se avaliar a relação entre ansiedade física social e os comportamentos e atitudes alimentares características das perturbações alimentares e verificar se factores particulares do contexto desportivo tinham influência nesta relação (tipo de modalidade).

Compararam-se também as atitudes e comportamentos alimentares de risco, nos grupos de não-atletas e atletas.

Foram aplicadas as versões portuguesas do Social Physique Anxiety Scale - SPAS (Abreu, no prelo) e do Eating Disorders Inventory - EDI (Carmo, Galvão-Teles, Bouça, no prelo) a 200 jovens do sexo feminino (100 estudantes universitárias, 25 ginastas, 25 nadadoras, 25 futebolistas e 25 andebolistas).

Confirmou-se a existência de uma forte correlação positiva entre a ansiedade física social e as atitudes e comportamentos alimentares de risco. Nos grupos de ginástica e natação, esta relação foi bastante mais forte que a existente no grupo das não-atletas.

Quanto à presença de sintomas psicopatológicos característicos das perturbações alimentares, o grupo das atletas obteve uma pontuação superior em várias das sub-escalas do EDI-2, comparativamente ao grupo das não-atletas. Encontraram-se diferenças significativas no desejo de emagrecer, bulimia, desconfiança interpessoal, mal-estar interoceptivo, medo de maturidade e ascetismo.

Na comparação entre as várias modalidades os grupos de futebol e de ginástica apresentaram resultados superiores aos das não-atletas.

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