Resumo


A habilidade de toque é um dos fundamentos mais importantes no voleibol. Todavia,
poucos estudos procuraram analisar a aprendizagem desta habilidade na etapa da
iniciação desportiva. A análise da aprendizagem do toque no voleibol pode
proporcionar um melhor entendimento das variáveis que determinam a performance
habilidosa. Este estudo objetivou analisar a aprendizagem da habilidade motora de
toque no voleibol. Três crianças (8 ± 0,1 anos; 1,34 ± 0,1 m; 35,2 ± 3,2 kg), sem
experiência com o voleibol, foram analisadas cinematicamente (2D, 100Hz, no plano
coronal) desempenhando o toque no voleibol. Um modelo biomecânico (4 pontos
definindo 3 segmentos) forneceu os deslocamentos e velocidades angulares da
articulação do ombro e cotovelo. As imagens foram digitalizadas através de um
software específico de análise de movimento (Dgeeme). Um filtro recursivo de
segunda ordem do tipo butterworth (10Hz) foi utilizado para atenuar o ruído no
sinal. Para reduzir a variablidade inter- e intra-individual, a freqüência de amostragem
foi normalizada (100%) através de uma função spline. A raiz quadrada do erro
médio foi calculada para representar um índice de variabilidade de movimento. As
análises estatísticas foram realizadas através do software STATISTICA® com o
nível de significância de p<0,05. As crianças foram analisadas no pré-teste e seis
meses após um período de prática (2 vezes por semana - 1h) no pós-teste. O período
de prática não demonstrou ser suficiente para que fosse estabelecida uma simetria
no perfil do deslocamento angular entre o membro direito e esquerdo. A posição
inicial dos membros não demonstrou ser o fator mais importante na performance
do toque, mas sim os instantes próximos, e durante, o contato da mão com a bola.
O tempo relativo em que a maior velocidade angular das articulações aconteceu
demonstrou ser essencial na performance do toque no voleibol. As articulações
distais apresentaram maior influência e alterações com a prática na aprendizagem
sobre a performance do toque, comparado às articulações proximais. A formação
de sinergias funcionais e a restrição numa das articulações (para reduzir a demanda
no controle do sistema nervoso central) foram propostos para explicar o
comportamento diferenciado na aprendizagem entre o membro esquerdo e direito

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