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A cidade de Lavras, localizada no sul de Minas Gerais, possui ao seu redor muitas localidades ainda pouco exploradas tanto em relação as atividades físicas na natureza, quanto ao potencial ecoturístico da região.

Dado esta importante característica regional, o Departamento de Educação Física da Universidade Federal de Lavras (DEF/UFLA) procura oferecer aos seus graduandos oportunidades para que desenvolvam conhecimentos e experiências nesta área, o que os incentivaria a desenvolver atividades visando este mercado de trabalho, carente por profissionais. Para tanto, como componente curricular obrigatório para os cursos de Bacharelado e Licenciatura em Educação Física, o DEF oferece uma disciplina de dois créditos denominada “Esportes Individuais IV- Atividades Físicas na Natureza”, cujo objetivo é dar conhecimento das possibilidades destas atividades aos graduandos através da apresentação das características especificas destas atividades, do desenvolvimento de conceitos envolvidos e de experiências práticas em algumas modalidades. Para os alunos do Bacharelado, ainda existe a disciplina obrigatória de “Aprofundamento em Esportes Individuais IV- Atividades Físicas na natureza”, onde o objetivo principal é refletir sobre as características das atividades físicas na natureza, desde o contexto sociocultural da época em que começaram a se desenvolver até a compreensão das variadas formas que ela pode ser encarada, culminando com uma intervenção livre e criativa apresentada ao final do semestre. O DEF oferece também aos seus alunos o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência (PIBID), o qual dentro de suas atividades faz parte do programa a Educação Ambiental, que foi trabalhada pelos graduandos do DEF em escolas publicas da cidade, levando aos estudantes do ensino fundamental um pouco do conhecimento que adquiriram na Universidade, ao mesmo tempo em que desenvolveram atividades criativas de intervenção, aproximando as atividades físicas na natureza e a educação ambiental das escolas publicas de Lavras. Associado a isso, temos dentro da Universidade um grupo de praticantes de Slack Line, que além de praticarem suas habilidades, oferecem ela como atividade livre e voluntária aos estudantes na hora do almoço e no final da tarde. Temos também dois muros de escalada indoor que são utilizados pelos alunos como atividade livre, e por um grupo regular de alunos e professores que desejam treinar especificamente esta modalidade. Temos também uma trilha de mountain bike de 2,6km, uma trilha de terra de cerca de 7 km para corrida e caminhada ecológica, com algumas variações de percurso.

Pensamos que o oferecimento destas vivências dentro das várias possibilidades de sua prática dentro do próprio campus universitário, o DEF/UFLA está contribuindo de uma forma bastante positiva para o desenvolvimento de profissionais envolvidos com as atividades físicas na natureza.

Pelo exposto, receber o IX Congresso Brasileiro de Atividades de Aventura somará muito com o desenvolvimento dessa área na região, assim como acredito estarmos prontos para oferecer um evento de qualidade, gerando uma grande contribuição a este campo do conhecimento.

A idéia da temática central – “Uma aventura olímpica”, se deu pelo contexto social em que estamos vivendo. Sabia-se que após a realização dos Jogos Olímpicos, alguma coisa importante em relação à aventura iria acontecer, pois é notado que as modalidades esportivas realizadas na natureza vêm ganhando cada vez mais espaço no programa olímpico, na mídia e no número de praticantes. E de presente, ganhamos a noticia de que o surf, o skate e a escalada seriam incluídos nos Jogos de 2020, e muitas discussões puderam ser travadas em relação a isso, especificamente sobre a ‘esportivização’ da prática. Praticamente todos os palestrantes falaram sobre isso, o que foi muito enriquecedor para quem acompanhou as falas, e os desdobramentos delas nos espaços de convivência após as falas. Não a toa, organizamos o congresso apenas com mesas redondas, onde dois palestrantes puderam exibir suas idéias em relação a um mesmo tema, o que gerou um aprofundamento bastante interessante sobre cada temática.

A importância do evento pode ser vista através da proposta inédita da transmissão ao vivo do evento via facebook, o que nos gerou mais de 3000 visualizações antes mesmo do evento ter se encerrado, sendo este um marco importantissimo para a história do congresso.

Pela web e pessoalmente, quem presenciou o evento viu sua programação acadêmica de forma bastante boa e intensa, não só com as mesas redondas, mas também com as apresentações orais e de pôsteres. E para não deixar de lado a característica empírica, e até de certo modo para valorizar as experiências vividas pelos participantes, deixamos dois espaços para que os congressistas mesmo pudessem se apresentar. Uma das mesas foi denominada de "mesa das modalidades", onde convidamos, dentre os participantes, aqueles que teriam alguma experiência enquanto atletas das modalidades de aventura, a compartilhar sua história conosco. E outra mesa, a de "cases de sucesso", seguindo a mesma dinâmica, mas para que professores apresentassem projetos que realizam. Foi bastante interessante ouvir deles as experiências, que certamente servem de incentivo a todos os outros que tem desejo e vontade de realizar algo semelhante.

Por fim, tivemos as oficinas, também com uma proposta inédita de realizar uma noturna e outra diurna. Elas normalmente são a parte mais esperada deste congresso. Para realizá-las, tínhamos dois desafios. O primeiro era de seguir a linha idealizadora do congresso e realizar algo durante o evento bastante semelhante com o que realizamos durante nossas aulas da graduação, ou seja, queria dar as experiências aos participantes tais quais os nossos alunos as possuem. E o segundo, era em como fazer isso tendo na platéia, especialistas em cada uma dessas modalidades, eventualmente os mais experts nelas do Brasil, da melhor maneira possível. A solução disso foi a de deixar responsável por cada oficina tanto profissionais como alunos daqui da UFLA, para ministrá-las da forma como procuramos ensinar, ou seja, evitando realizar a pratica pela pratica, sempre trazendo conteúdos juntos com ela, e depois ir construindo a dinâmica junto com os praticantes, fazendo com que todos pudessem contribuir um pouco com aquilo que sabem, sendo enriquecedor para todos, e acima de tudo, valorizando os nossos profissionais e alunos e aquilo que realizamos por aqui.

Enfim, nesses 4 dias a UFLA nunca viu tanta aventura!

Foi muito gostoso andar pelo campus e ver adeptos das atividades de aventura realizando atividades o dia todo. Construindo conhecimento, compartilhando ideias e elaborando novos desafios. A meta de construir um evento único e inesquecível parece que foi atingida, e saímos com a certeza de que contribuirmos com o desenvolvimento desse campo do conhecimento.

Com certeza a UFLA agora esta no mapa da aventura.