Resumo

Os impactos negativos da pandemia do COVID-19 causaram implicações importantes na saúde, devido ao déficit na aptidão física e aumento do tempo em comportamentos sedentários. Objetivo: avaliar a associação da aptidão física auto-reportada com os comportamentos de movimento 24 horas (24h) em crianças ibero-americanas durante a pandemia de COVID-19. Metodologia: Estudo transversal, com 540 crianças entre 5 e 12 anos, da Espanha, Brasil e Uruguai (março/abril de 2020). Os componentes do comportamento do movimento 24 horas (tempo de tela-TT, sono e atividade física-AF) foram classificados de acordo com as Diretrizes Canadenses e Organização Mundial da Saúde. A aptidão física foi avaliada por questionário auto-reportado (Escala Internacional de Fitness-IFIS) sobre percepção da aptidão física geral, aptidão cardiorrespiratória (APCR), aptidão muscular, velocidade e flexibilidade. Aplicou-se Regressão de Poisson para identificar associações entre os componentes isolados do comportamento do movimento 24h e aptidão física, com razão de prevalência (RP), intervalo de confiança de 95%, diferenças significativas para p<0,05, no programa SPSS v.23.0. Resultados: Associações no TT para baixa condição física geral (RP=1,042; p=0,002), força muscular (RP=1,035; p=0,013), APCR (RP=1,040; p=0,007), velocidade (RP=1,030; p=0,041) e baixa (RP=1,043; p=0,020) e média flexibilidade (RP=1,054; p=0,001) nas crianças Brasileiras/Uruguaias, média condição física geral (RP=1,016; p=0,019) e velocidade (RP=1,018; p=0,014) nas crianças espanholas. Para o sono, associação em crianças brasileiras para baixa condição física geral (RP=1,231; p=0,011), força muscular (RP=1,286; p<0,001), velocidade (RP=1,266; p=0,010) e flexibilidade (RP=1,208; p=0,012). Para AF, média condição física geral (RP=1,113; p=0,011), média (RP= 1,102; p=0,012) e baixa força muscular (RP=1,146; p=0,036), baixa velocidade (RP=1,153; p=0,004) e flexibilidade (RP=1,160; p=0,004) nas espanholas e média condição física geral (RP=1,100; p=0,005) e velocidade (RP=1,082; p=0,033) nas Brasileiras/Uruguaias. Associações inversas foram encontradas nas crianças Brasileiras/Uruguaias de AF e baixa força muscular (RP=0,853; p=0,026) e APCR (RP=0,839; p=0,027). Conclusões: Associações de aptidão física e os componentes do comportamento do movimento 24horas são diferentes em crianças Espanholas e Brasileiras/Uruguaias. Maiores prevalências de crianças Brasileiras/Uruguaias com baixa aptidão física não seguem as recomendações de TT e sono, para AF essa relação foi inversa. Em crianças espanholas, baixa aptidão física associou-se ao TT e AF mas não com sono.

Acessar