Resumo

Este trabalho mostra uma discussão que tem como objetivo verificar a importância das atividades lúdicas no cotidiano da criança com paralisia cerebral, partindo dos seguintes pressupostos: as atividades lúdicas devem estar presente no cotidiano das crianças com paralisia cerebral; nas manifestações lúdicas do brinquedo, da brincadeira e do jogo, a criança com paralisia cerebral revela no seu cotidiano as suas características próprias de brincar e de se desenvolver; o brincar proporciona um contexto no qual a criança pode adquirir e desenvolver habilidades sociais e criar relações com os pais, irmãos e amigos. A metodologia é baseada numa pesquisa de campo que utiliza o questionário e a observação participante para a coleta de dados. A amostra é constituída por sete famílias, nas quais um de seus elementos sofre de paralisia cerebral. Os resultados mostraram que as atividades lúdicas ocorrem na rotina diária dessas crianças e são pré- estabelecidas pela sua família, sofrendo poucas mudanças ou variações dentro desta rotina. As crianças dependem muito, e principalmente de sua família no sentido do suprimento de suas necessidades físicas, de locomoção, de exploração de novos espaços e oportunidades. Em relação às manifestações lúdicas do brinquedo, da brincadeira e do jogo, verifica-se que: o brinquedo convencional não pode atender plenamente às necessidades das crianças com PC, principalmente aquelas com dificuldades motoras severas; nas brincadeiras predominam aquelas do "faz de conta" entre as crianças da fase pré-escolar. As brincadeiras são limitadas em decorrência da variação restrita dos seus tipos, do difícil acesso aos espaços físicos, falta de companheiros para brincar e pouco contato com outras crianças; os jogos se caracterizam como práticas individuais e o caráter de competição se estabelece entre a criança e a máquina, através do uso dos jogos de vídeo game e de microcomputadores, freqüentes entre estas crianças. A limitação física é uma condicionante para a escolha dos tipos de atividades lúdicas, sejam elas de jogo, brincadeira ou de brinquedo. Além disso, determina também dificuldades de acesso aos equipamentos sociais, impedindo a ampliação das suas relações sócio-culturais.

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