Resumo

O presente estudo trata do tema das competições esportivas infantojuvenis, mais especificamente este estudo abordou as competições de Karate-do do estilo Shotokan organizadas pela Japan Karate Association. A partir da teoria proposta por Marques (2004), que aborda o tema das competições infantojuvenis como pressupostos para a formação e educação, procurou-se investigar se na perspectiva dos dirigentes e treinadores as competições infantojuvenis de Karate-do JKA estão adequadas aos interesses e capacidades de seus participantes de modo a atuarem de forma positiva no processo de educação e formação dos mesmos. Para alicerçar este estudo o referencial teórico abordou a Teoria Geral das Competições Esportivas e a Formação e a Educação através da Competição. Com a utilização da metodologia qualitativa, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 10 treinadores e dirigentes atuantes no cenário do Karate-do JKA no Brasil. Para complementar as informações obtidas através das entrevistas foi realizada a análise de documentos públicos, como os regulamentos de competição. Por fim, através da análise de conteúdo das entrevistas e dos documentos, pode-se concluir que a competição infantojuvenil de Karate-do JKA atua de forma positiva na formação e educação dos seus participantes. Segundo os entrevistados, as situações adversas vivenciadas em uma competição e principalmente as vitórias e derrotas seriam oportunidades únicas para o desenvolvimento do caráter e o fomento de valores como o respeito e a honestidade. Entretanto, a inadequação das mesmas ao público infantojuvenil é evidente, principalmente quando se trata dos conteúdos realizados nas competições. O principal argumento que sustenta esse posicionamento é o de que a modificação ocorrida no regulamento tornou o conteúdo da competição infantojuvenil muito semelhante à adulta. No que é relativo a estrutura das competições infantojuvenis, percebeu-se que a categoria segue uma organização muito semelhante com as categorias juvenil e adulto e a frequência da proposta de atividades competitivas é baixa, o que vai de encontro com o proposto por Marques (2004).

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