Resumo

O cenário esportivo olímpico a partir do século XX passou a ser composto também por mulheres. Essa possibilidade se deve, em muitos casos, à insistência de mulheres que desafiaram seus limites físicos e comprovaram sua capacidade de praticar modalidades esportivas exaustivas, contrariando o discurso médico fundado em diferenças biológicas, que determinavam o papel social da mulher. Sendo assim, esse trabalho tem o objetivo de analisar as intersecções de gênero na formação das identidades de atletas olímpicas brasileiras por meio da ‘narrativa biográfica’. Por ser uma modalidade de estudo que privilegia a oralidade, a narrativa biográfica desenvolve suas investigações a partir dos registros da memória e dos episódios significativos para o sujeito, protagonista do fenômeno. Para coleta de dados realizamos duas entrevistas com atletas olímpicas da década de 1960: Aída dos Santos, atleta do atletismo nos Jogos Olímpicos de 1964 e 1968; e Lúcia de Faria Alegria Simões atleta do hipismo nos Jogos Olímpicos de 1968. Nas narrativas as atletas demonstraram pontos de apego no que diz respeito ao modelo hegemônico de feminilidade, mas, ao mesmo tempo, marcam um período de desconstrução do padrão feminino ao atribuírem novos adjetivos para a mulher contemporânea.

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