Resumo

O trabalho foi realizado em razão da ideia de analisar as práticas noturnas de lazer na região da ‘”Baixa Rua Augusta”, na região central da cidade de São Paulo. Para cumprir o objetivo geral, os objetivos específicos foram: verificar se, na convivência entre as pessoas de diferentes culturas que frequentam o local, existe respeito ou intolerância e investigar a percepção dos usuários em relação à rua como espaço de lazer. Uma das questões que instigaram o estudo foi: “Que local poderia expressar maior difusão das diversas modalidades de lazer e de diferentes culturas do que a Rua Augusta?” Ao longo dos anos, o local tornou-se reduto multicultural, acolhendo harmoniosamente as diversas manifestações e identidades. Outra curiosidade que motivou a pesquisa foi a imagem estereotipada de violência, que têm prevalecido ao longo do tempo e se mantido na atual geração. Essa hipótese não tem fundamento, uma vez que os casos de violência registrados na rua são esporádicos e de pequena magnitude. A delimitação contextual da pesquisa foi o trajeto da rua coloquialmente conhecido como “Baixa Augusta”,situado no eixo norte que inicia no bairro da Consolação e vai até a Avenida Paulista. Essa delimitação baseou-se nos atrativos de entretenimento e na diversidade cultural do espaço. Preliminarmente, realizou-se visita, para ma pear e comprovar a teoria de que a região multicultural de lazer atende a diversos públicos, com diferentes preferências. O instrumento de pesquisa de campo foi questionário exploratório, qualitativo e descritivo, para obter uma média de resultados que representasse as visões dos frequentadores do trecho (cerca de 100 pessoas). Com a aplicação dos questionários, de questões fechadas, verificou-se que 60% dos respondentes qualificaram o espaço da “Baixa Rua Augusta” como “bom”, e não houve registros de avaliação “péssima”. Conclui-se, com base nas visões dos frequentadores, que a Baixa Rua Augusta proporciona lazer de qualidade à população. A diversidade de estabelecimentos e de modalidades de lazer correspondem às fundamentações conceituais, de acordo com as idades dos frequentadores. Como outros equipamentos de lazer, a Baixa Rua Augusta tem problemas de infraestrutura, que dificultam a fruição dos equipamentos e evidencia uma perspectiva negativa da cidade aos novos visitantes. As reclamações foram diversas: falta de iluminação, lixo nas calçadas, congestionamento de trânsito, calçadas danificadas, policiamento insuficiente, entre outros. A maioria dos pontos mencionados são problemas de gestão do governo e falta de planejamento urbano, bem como de educação da população. Os problemas, entretanto, não impedem a decisão do público de frequentar a rua, tornando-se forte ponto de lazer e, consequentemente, atrativo turístico para os que querem conhecer as danceterias mais famosas da cidade.
 

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