Resumo

Do criador francês Pierre de Coubertin e sua proposição dos Jogos Olímpicos no século XIX à criatura, os Jogos Olímpicos, que atravessam os 127 anos de existência, houve transformações sociais e rupturas da estrutura do esporte e, com isso, mudanças nas formas de ver, viver e praticar o denominado Olimpismo. A cidade de Paris reúne elementos históricos singulares ao que se configura como Movimento Olímpico (MO) não apenas por ser no país do seu fundador. Além de ter sido a sede do I Congresso Olímpico em que se instituiu o Comitê Olímpico Internacional em 1984, duas edições dos Jogos de verão foram sediadas em Paris, a saber: os da segunda e da oitava Olimpíadas, respectivamente, 1900 e 1924. Ao longo dos séculos que atravessou, o MO se conectou em diálogo com (e/ou pressionado por) questões sociais urgentes. Ao retornarem ao país do seu fundador em 2024, os Jogos Olímpicos englobam os tensionamentos do esporte global frente aos desafios sociais e a moldura singular de arcabouço de valores, pedagogia, símbolos e rituais idealizados por seu fundador. Este trabalho tem por objetivo analisa as narrativas da candidatura da cidade de Paris aos Jogos Olímpicos de 2024 no contexto de pautas globais que pressionam as narrativas do Olimpismo. Para tanto, utilizou-se como fonte de dados os livros de candidatura da cidade de Paris aos Jogos Olímpicos de 2024, em sua versão de língua inglesa, publicados em 2016. Como resultados, verifica-se que os livros de candidatura de Paris 2024 expressam alinhamento com o desenvolvimento da cidade e com a Agenda 2020 do Movimento Olímpico, reproduzindo lógicas de candidaturas anteriores, mas, avançando em outras questões. Nesse sentido, entendemos que o neo-olimpismo se verifica nas narrativas para além de retomar a proposta de retomar a filosofia original, mas, de conciliação dessa filosofia com temas emergentes, como a diversidade, anunciada como valor desta candidatura e, notavelmente, que se alinha a questões sociais urgentes.

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